Segundo um novo estudo, as chances de impactos de asteroides na Terra terem espalhado destroços de vida a Marte, Júpiter ou para fora do nosso sistema solar são maiores do que se pensava.
Simulações de computador de detritos sendo lançados da Terra mostram que 100 vezes mais partículas acabam em Marte do que estudos anteriores haviam previsto.
Os impactos de energia mais alta levam detritos a Júpiter, que abriga duas luas que podem ser passíveis de vida.
Porém, apenas os organismos mais resistentes da Terra poderiam sobreviver à viagem.
O estudo considera um reverso da teoria da “panspermia”, que diz que os precursores da vida, ou a própria vida, podem ter sido “entregues” por um impacto de meteoro na Terra primitiva.
Igualmente, no entanto, os impactos da Terra podem lançar detritos carregados com micróbios ou pequenos organismos resistentes como ursos d’água, que já demonstraram a capacidade de sobreviver às duras condições do espaço.
Outras simulações têm abordado a probabilidade de que os impactos da Terra semearam vida no sistema solar, sugerindo até que os restos da Terra poderiam ter chegado a lua Titã, de Saturno.
Os cientistas fizeram as maiores simulações até agora, cada uma com mais de 10.000 partículas sendo ejetadas da superfície da Terra. Cada uma das cinco simulações de impactos considerou diferentes forças, com as partículas disparando em velocidades cada vez maiores.
As partículas escaparam da atração gravitacional da Terra e então se moveram de acordo com a gravidade do sol e dos planetas por 30.000 anos simulados.
Ao considerar a fração de partículas que, eventualmente, colidiriam com Vênus e com a lua, ou simplesmente espiralariam de volta para a Terra, os resultados da equipe são consistentes com as simulações anteriores.
Mas o estudo mostra um aumento acentuado no número de partículas que chega a Marte, e pela primeira vez demonstrou a probabilidade de que um impacto chegaria a Júpiter: a chance é de 0,05% quando as partículas são lançadas a uma velocidade de 16,4 quilômetros por segundo.
Segundo os pesquisadores, as pesquisas anteriores foram computacionalmente limitadas, por causa da tecnologia da época. Os números do novo estudo estão mais próximos da realidade. As taxas de impacto são ainda maiores porque os cientistas estão indo mais longe por muito mais tempo.
A questão que fica é se algum impacto realmente transportaria carga viva que pode cumprir a hipótese da “panspermia”.
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