domingo, 10 de março de 2019

Acidente na Etiópia é o 2º do Boeing 737 MAX desde que o modelo entrou em operação comercial, em 2017

Imagem de 28 de novembro de 2017 de uma Boeing 737-700 da Ethiopian Airlines — Foto: Arquivo / Issouf Sanogo / AFP Photo

A queda do Boeing 737 MAX da Ethiopian Airlines neste domingo (10) na Etiópia, que causou a morte de seus 157 ocupantes, é o segundo acidente desse modelo após a decolagem desde que ele entrou em operação comercial, no início de 2017. 

O anterior ocorreu em 29 de outubro de 2018, na Indonésia, e deixou 189 mortos. A aeronave pertencia à companhia Lion Air e tinha três meses de uso – a investigação ainda não chegou a uma conclusão sobre a causa da tragédia (leia mais abaixo).

O voo ET302 da Ethiopian Airlines também sofreu o acidente minutos após decolar. De acordo com a BBC, que cita como fontes sites de registros de voo, o avião registrado como ET-AVJ voou pela primeira vez em outubro do ano passado. 

Bimotor de corredor único, o Boeing 737 MAX é a versão mais recente do avião comercial mais vendido no mundo. Trata-se da quarta geração do 737 – é destinada a voos curtos e de médio alcance. O primeiro voo é de 2016, e a aeronave começou a ser entregue há dois anos. 

Após o acidente com o 737 MAX 8 na Indonésia, a comunidade aeronáutica passou a questionar a falta de informação das companhias e dos pilotos sobre seu novo sistema de aviso de entrada em perda de sustentação, informa a agência AFP. 

Também houve questionamentos com relação a uma possível falha das sondas que captam a velocidade e ao período de formação dos pilotos para se habituar ao novo sistema, considerado curto.
Segundo informações do presidente da Etrhiopian Airlines, Tewolde G Medhin, o piloto relatou dificuldades técnicas durante o voo deste domingo e pediu para regressar a Adis Abeba. Os controladores, então, "autorizaram-no" a dar meia-volta e retornar, relatou Medhin.
Acidente com avião na Etiópia deixa 157 mortos
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Detalhes técnicos do modelo

Engenheiro aeronáutico comenta acidente aéreo na Etiópia
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No final de janeiro de 2017, 350 unidades do 737 MAX foram entregues a seus compradores, do total de 5.011 pedidos registrados pela Boeing, informa o site da empresa.
Em 2019, a Boeing pretende aumentar o ritmo de produção de 737 para passar de 52 para 57 unidades por mês.
O programa 737 MAX tem quatro variações, em função do número de assentos disponíveis:
  • MAX 7 (172 assentos)
  • MAX 8 (210 assentos)
  • MAX 200 (220 assentos)
  • MAX 9 (230 assentos)
O valor de cada unidade varia entre US$ 99,7 milhões e US$ 129 milhões. Seu alcance é de 6.610 a 7.130 quilômetros, segundo a Boeing.
Contando todas as gerações do Boeing 737, que voou pela primeira vez em 1967, foram vendidas 10 mil unidades, número recorde para um aparelho destinado a voos comerciais.
Especialista em gerenciamento de risco comenta acidente aéreo na Etiópia
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A investigação do acidente na Indonésia

Queda de avião na Indonésia pode ter sido causada por falha nos censores
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Em novembro do ano passado, no mês seguinte à tragédia, um relatório preliminar citou que os pilotos do avião da Lion Air lutaram para impedir a queda do avião. Para o Comitê de Segurança nos Transportes da Indonésia (KNKT), a aeronave não deveria ter decolado. 

Um sistema automático que recebeu leituras incorretas de sensores aparentemente forçou o nariz do Boeing 737 MAX 8 para baixo por diversas vezes contra vontade dos pilotos. O capitão usava os controles para elevar o nariz do avião, mas um sistema antipane automático o empurrou para baixo mais de duas dezenas de vezes. 

Os pilotos tentaram controlar a situação, até que a aeronave caiu no mar de Java, apenas 13 minutos depois de decolar de Jacarta.
Embora os investigadores tenham citado no relatório fatores como sensores defeituosos e falha em um sistema automático de segurança, eles disseram que ainda tentam entender por que a aeronave caiu. 

Os pilotos simplesmente podem ter ficado sobrecarregados durante o voo, disse Ony Suryo Wibowo, um dos investigadores do acidente. "O problema é: se múltiplos defeitos ocorrem todos de uma vez, qual deve ser priorizado?", questionou ele. 

O Comitê de Segurança nos Transportes da Indonésia (KNKT) afirma que a aeronave deveria ter permanecido em terra, porque já tinha apresentado um problema técnico em um voo anterior, quando ia de Denpasar, em Bali, a Jacarta. Na ocasião, os pilotos usaram comandos para desligar o sistema e recorreram a controles manuais para voar e estabilizar a aeronave. 

Durante o voo de Denpasar a Jacarta, anterior à viagem fatal, o avião sofreu um problema técnico, mas o piloto decidiu continuar o voo. "Na nossa opinião, o avião não estava em condições de voar e não ter continuado", declarou Nurcahyo Utomo, diretor do comitê. 

A Boeing disse que procedimentos para evitar que o sistema antipane fosse ativado por acidente já estavam funcionando. Também afirmou que os pilotos da penúltima viagem usaram a manobra. No entanto, o relatório não informa se os pilotos do voo fatal o fizeram. 

Os investigadores chegaram a essa conclusão após análise da caixa-preta, que registra os dados do voo. O relatório final deve ser apresentado neste ano 2019. 

Neste relatório preliminar, a agência indonésia destacou que a companhia aérea de baixo custo deveria adotar medidas "para melhorar sua cultura de segurança" e garantir que todos os todos os documentos operacionais, que detalham os reparos nos aviões, "estejam preenchidos e documentados de modo adequado".
Pessoas caminham sobre o local de acidente aéreo na Etiópia — Foto: Tiksa Negeri/Reuters Pessoas caminham sobre o local de acidente aéreo na Etiópia — Foto: Tiksa Negeri/Reuters
Pessoas caminham sobre o local de acidente aéreo na Etiópia — Foto: Tiksa Negeri/Reuters
Local onde caiu avião na Etiópia ; acidente deixou 157 mortos, segundo a Ethiopian Airlines — Foto: Tiksa Negeri/Reuters Local onde caiu avião na Etiópia ; acidente deixou 157 mortos, segundo a Ethiopian Airlines — Foto: Tiksa Negeri/Reuters
Local onde caiu avião na Etiópia ; acidente deixou 157 mortos, segundo a Ethiopian Airlines — Foto: Tiksa Negeri/Reuters
Queda de avião na Etiópia — Foto: Juliane Monteiro/G1 Queda de avião na Etiópia — Foto: Juliane Monteiro/G1
Queda de avião na Etiópia — Foto: Juliane Monteiro/G1

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