O estado de coma impressiona o imaginário da nossa sociedade. A ideia de estar inconsciente, a um passo da morte, já inspirou histórias que parecem ser tiradas de um roteiro de cinema ou novela. Mas alguns desses enredos são reais. Confira:
A maneira “clássica” de se acordar do coma seria abrir os olhos lentamente, sem saber onde está, e reconhecer alguém sentado na borda da cama. A pequena Layla Towsey, de apenas três anos de idade, resolveu inovar. Ao entrar em coma após uma grave meningite, seus pais foram aconselhados pelos médicos a dar nela um beijo de despedida. Cinco dias depois, no entanto, qual não foi a surpresa da mãe, Katy, ao ver sua filha cantando o sucesso do Abba! Em breve, a pequena Layla já estava respirando sozinha novamente e se recuperou.
Quando uma pessoa sai do estado de coma, em geral, é uma época em que renova seu apreço pela vida e decide cuidar melhor de si mesma. O problema é quando não se teve muito tempo de vida antes de entrar em coma.
A pequena Ya Wen, de três anos, foi dada como morta após ser atropelada por uma van. Apenas cinco dias depois, saiu do estado de coma e iniciou a recuperação. O corpo estava de volta, mas a personalidade havia mudado.
» Ouviu médicos o declararem como morto
Ya Wen começou a se vestir como adulta (na verdade, como um homem), por exemplo. Mas isso nem se compara ao fato de ser surpreendida no banheiro fumando um cigarro! Inexplicavelmente, a criança contraiu vício em cigarros e cerveja, e tudo o que o pai pôde fazer para interromper a situação foi parar de fumar ele mesmo, já que a filha roubava seus cigarros. E já chora durante a abstinência de tabaco, apesar de ainda nem ter quatro anos de idade.
Um gravíssimo acidente de carro quase matou o rapaz Joey Hopkins, de 22 anos. Ele entrou em estado de coma e assim permaneceu por 41 dias. A mãe esperançosa, Joanne, continuava firme ao lado da cama torcendo pela sua reabilitação. De repente, emocionada, ela percebe que seu filho está movendo a boca, e se inclina para ouvir o que finalmente ele tem a dizer.
Joey, lentamente, pronuncia: “fuck off” (sim, você suspeita e nós confirmamos: é um suposto “palavrão”). Joanne não se importou, e chorou de felicidade ao ouvir a voz do filho. Ele ainda está em reabilitação e deve ficar por dois anos no hospital, mas cheio de vida e bom vocabulário.
Há casos em que os médicos optam por deixar o paciente em estado de coma, de propósito, a partir de medicamentos sedativos. Geralmente, o que vem depois do coma induzido é uma cirurgia cerebral delicada.
Para Valerie Leah, de 35 anos, o que sucedeu o coma foi uma cesariana. O drama de Valerie começou quando ela estava na última semana de gravidez e contraiu uma fortíssima gripe suína (sim, foi bem durante a famosa epidemia). Havia grande risco de morrerem ambos, mãe e bebê, e a única solução encontrada pelos médicos foi deixar Valerie em coma antes do parto.
A história, no entanto, teve final feliz. O pequeno Oliver veio à luz, pesando menos de um quilo, e foi levado imediatamente a UTI neo natal. Valerie acordou uma semana depois, se perguntando o que aconteceu com o inchaço na barriga que a acompanhara por nove meses. Pouco depois, o “inchaço” chegou aos braços da mãe, recuperado e com fome.
Em 2008, a britânica Liz Sykes levava uma vida normal quando começou a ter longas e dolorosas convulsões, ao final das quais ela nem sabia mais quem era. Após dias no hospital, sem um diagnóstico seguro, os médicos decidiram colocá-la em coma induzido por três semanas, na tentativa de salvar a sua vida.
Resultado: Liz sofria da gravíssima encefalite, causada por um vírus que causa danos cerebrais extensos. No caso dela, toda a sua memória simplesmente apagou, e ela teve de reaprender tudo, incluindo a andar, falar e saber o que era tudo à sua volta. Após onze meses em tratamento especial, ela teve alta, mas ainda sofre perdas ocasionais de memória.
Se você já acha ruim entrar em coma uma vez, imagine que o coma viesse sempre que você fizesse alguma coisa. Imagine, agora, que essa “alguma coisa” é pronunciar uma frase muito comum em nossas vidas: “eu te amo”.
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Essa é a raríssima condição médica de Wendy Richmond, uma britânica que entra em estado de catalepsia sempre que demonstra carinho pelos filhos. Conforme exame médico, ela sofre desse mal desde a adolescência, mas o problema só foi diagnosticado quando Wendy já passava dos 30 anos.
Quer um jeito fácil e barato de aprender um novo idioma? Entre em coma. Provavelmente não vai dar certo, mas funcionou com a croata Sandra Ralic, de 13 anos.
Antes de entrar em coma, a garota falava apenas o idioma croata. Depois de 24 horas, ela se recuperou e voltou à consciência, mas com uma diferença: falava alemão fluente. Houve, contudo, um efeito colateral: Ralic esqueceu sua língua nativa, o croata, e agora se comunica apenas em alemão. Enquanto tentam ensinar novamente a língua à menina, médicos quebram a cabeça para descobrir como isso foi possível.
Já não surpreende quando uma pessoa retorna do coma com um vício inédito (ver item 3), mas nem sempre o vício combina com o viciado. Tudo começou quando o vovô Angelo De Luca, de 81 anos, caiu de uma ameixeira no quintal de casa e passou quatro dias em coma.
De volta ao terreno dos conscientes, o idoso viúvo adotou um novo estilo de vida. Imediatamente após reconquistar o controle sobre si, De Luca gastou 3 mil libras (quase 8 mil reais) em um bordel, e foi encontrado em plena ação com uma prostituta nova o suficiente para ser sua neta. O vovô ninfomaníaco, agora, está mantido em uma espécie de prisão domiciliar pela família, após ser considerado incapaz de administrar sua própria vida.
Voltemos ao ano de 1984. Dia 13 de julho, mais precisamente uma sexta-feira 13. Em um acidente de caminhão onde o veículo caiu de um penhasco a 8 metros de altura, o jovem Terry Wallis ficou paralítico do pescoço para baixo. Aos 19 anos, ele esperava o nascimento da primeira filha quando entrou em coma sem previsão de recuperação.
A filha nasceu, cresceu, e o programa de fim de semana da família passou a ser levar o paciente em coma até a fazenda onde vivem os pais de Wallis. Toda semana, dirigiam 40 quilômetros, na esperança de fazer Wallis recobrar a consciência. Em 2005, finalmente funcionou. Após 19 anos, Wallis, então pai de uma menina de 19, acordou do coma. E o mais pitoresco da história tem relação com as datas: o acidente de Terry foi no dia 13 de julho, exatamente o dia de sua volta quase duas décadas depois.
Você já ouviu falar em Distropia Simpático Reflexa (RSD, na sigla em inglês)? É uma doença horrível, em que os músculos sofrem aumento de volume e doem desesperadoramente. Segundo estimativas, cerca de 200 mil pessoas no mundo sofrem com RSD, e, além do tratamento ser doloroso, a pessoa tem que ficar ali, consciente, para sentir dor.
John Roach, de 50 anos, resolveu colocar um fim a tantos anos de sofrimento, se submetendo a um tratamento à base de ketamina. Basicamente, é um fármaco que induz o estado de coma. Além de outros remédios fortíssimos, John já havia tentado cirurgia e terapias, sem resultado. O novo tratamento, aparentemente, deu certo: John não sente mais dor. Ele precisa, no entanto, continuar recebendo doses de ketamina (não tão altas a ponto de colocá-lo novamente em coma), mas recuperou o prazer de viver. Um prêmio ao homem que teve a coragem de submeter ao coma voluntariamente
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