ARQUIVO PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO COMEMORA 80 ANOS
Nova sede será um Memorial do Estado e terá exposição interativa
Para comemorar os 80 anos do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, foi celebrada uma cerimônia no auditório do Palácio Guanabara, nesta quinta-feira (25/8), que contou com a presença do secretário de Estado da Casa Civil, Regis Ficthner. No evento, foi destacada a importância da revitalização e modernização do órgão, que ganhará uma nova sede em 2014.
Criado em 1931, o Arquivo Público é responsável por guardar, preservar e difundir documentos do Estado. Atualmente, o material arquivado corresponde a cerca de quatro mil metros lineares de documentos manuscritos, datilografados e digitalizados, como cartas, livros, folhetins, fichas cadastrais e jornais. Entre os acervos mais procurados pelo público estão documentos da polícia política e também da época do Império no Brasil. Segundo o diretor-geral do Arquivo Público do Rio de Janeiro, Paulo Knauss, é importante ressaltar o atual momento por que passa o Arquivo do Estado.
- Estamos aqui comemorando hoje não só os 80 anos da instituição, mas também a atualização técnica do Arquivo, a chegada de equipamentos modernos e a valorização dos processos e trabalhos. Há poucos dias, foi tombado o acervo da presidência de província, que é a documentação da administração estadual mais antiga que temos, da época do Império no Brasil. Esses documentos passaram por dois anos de tratamento técnico e esse tombamento coroou o nosso esforço, o nosso trabalho, de uma maneira simbólica – disse Paulo Knauss.
A nova sede, que será inaugurada em 2014 na Cidade Nova, terá um investimento de R$ 42 milhões. O Memorial do Estado do Rio de Janeiro terá 12,6 mil metros quadrados e contará com auditório, livraria, cafeteria, biblioteca, laboratório para restauro, salas de consulta e de curso, espaços interativos para exposição, além de abrigar o acervo do Arquivo. Também haverá um espaço de dois mil metros quadrados que será dedicado à exposição virtual permanente, onde será contada a história da sociedade fluminense, abordando temas como sotaque, arquitetura, sons e símbolos de cada região.
O secretário de Estado da Casa Civil, Regis Fichtner destacou o trabalho de modernização feito pela atual administração.
- Quando cheguei lá, na primeira vez, vimos um ambiente da pior qualidade. Era sujo, os documentos estavam cobertos por plásticos, jogados no chão. O trabalho foi espetacular, apesar de ainda não ser o ideal, que só virá com a nova sede. Mas a atual condição é infinitamente melhor do que no início do governo. Estamos fazendo um trabalho de preservação e resgate da memória do Governo do Estado do Rio – disse o secretário.
Digitalização de documentos importantes facilita pesquisas
Um dos trabalhos feitos na modernização do Arquivo Público do Rio de Janeiro foi a digitalização de seu acervo de manuscritos históricos. Documentos raros, como o mais antigo livro de escritura do Rio, que data do século XVIII, a cartografia do século XIX, a história da administração pública fluminense e o registro de estrangeiros, estão sendo digitalizados e podem ser consultados pela internet.
Atualmente, o registro de terras do século XIX e a história política da esquerda na década de 60 já estão disponíveis para consulta na página da instituição na internet. A meta do diretor-geral do Arquivo Público do Estado, Paulo Knauss, é que, até 2014, todo o acervo de manuscritos esteja disponível na internet.
- Nosso objetivo é fazer com que a população conheça nosso acervo. É tornar o Estado transparente, facilitando o acesso a documentos históricos. A memória nos une, fortalece nossos laços sociais e ajuda a construir nossa identidade. Por isso, é importante colocar na internet documentos que mostram os símbolos de nossa identidade coletiva e dão visibilidade a nossa diversidade cultural - explica Knauss.
O Arquivo Público do Estado tem outras preciosidades que estão sendo restauradas e digitalizadas, como o acervo fotográfico da presidência da província do Rio de Janeiro de autoria de Marc Ferrez, a coleção de fotografias da Comunicação Social do governo estadual entre as décadas de 60 e 90 e cerca de 100 imagens do governo Art Parreiras que, em 1935, saiu em missão para registrar obras públicas no interior do estado.
Todo documento que chega ao Arquivo Público passa pelo mesmo processo, até estar disponível para a consulta pelo público. Primeiro, o documento vai para a área de triagem, onde é analisado pela equipe de preservação. Em seguida, ele passa por uma higienização. Caso esteja em bom estado, é colocado em capas de proteção. Se houver fungos, o documento passa por um tratamento químico e, depois, é restaurado.
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