Cientistas australianos afirmam ter descoberto um método barato e eficaz de prevenir a transmissão da dengue. Eles infectaram mosquitos transmissores da doença com bactérias que bloqueiam o vírus da dengue, e o resultado foi positivo. Quando esses insetos foram libertados, eles cruzaram com sucesso com outros mosquitos, mas tinham perdido a capacidade de transmitir a doença.
Os pesquisadores estão esperançosos e acreditam que essa bactéria pode representar um controle viável para a doença que afeta mais de 50 milhões de pessoas no mundo todos os anos – e que causa um dos maiores impactos na saúde pública do Brasil.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de um terço da população mundial está em risco de ser infectado pela dengue. A incidência e a gravidade dessa doença transmitida por mosquitos está aumentando em muitas partes do mundo.
Pesticidas que matam os mosquitos que carregam o vírus da dengue tem sido o método mais eficaz de controle até agora, mas a resistência dos insetos é crescente. A bactéria, chamada de Wolbachia, pode ser a possível solução para a doença que é endêmica não só no Brasil, mas em países como Tailândia, Vietnã e Indonésia.
A bactéria intracelular só cresce dentro de insetos e é extremamente comum no meio ambiente – até 70% dos insetos devem a carregar naturalmente. Mas foi necessária uma série de experimentos para comprovar que a Wolbachia pode restringir a capacidade de mosquitos transmitirem a dengue.
Os cientistas ainda estão incertos sobre como a bactéria bloqueia a dengue. Dados sugerem que a presença da Wolbachia estimula o sistema imunológico e ajuda o mosquito a combater os efeitos da dengue. Outras evidências sugerem que a bactéria compete pelas moléculas sub-celulares que o vírus necessita para replicar ácidos graxos. Talvez seja uma combinação de ambas as hipóteses.
Os cientistas afirmam que é necessário mais testes de campo nos países com altos índices de dengue para comprovar se a bactéria realmente pode ser o início do fim da doença.
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