Se você optar por uma fatia de bolo ao invés de um pedaço de fruta para sua sobremesa, mesmo tendo pleno conhecimento dos quilos a mais que a escolha lhe confere, pode não ser sua culpa.
Segundo uma nova pesquisa, uma combinação de más notícias sobre a economia e seus instintos de sobrevivência pode ser a verdadeira culpada pela sua cintura redonda.
Vários estudos já abordaram a questão da “sobrevivência”. As pessoas são levadas a pensar, evolutivamente, que os recursos são escassos, e por isso tendem a escolher alimentos mais calóricos.
Agora, a pesquisa descobriu que notícias de queda no mercado de ações, ou altos níveis de desemprego, podem ativar essa “mentalidade de sobrevivência”.
“Ter essa mentalidade significa que as pessoas sentem que seus recursos estão em perigo, e compensam esse fator escolhendo alimentos ricos em calorias, que sustentam a vida”, disse o pesquisador Anthony Salerno, da Universidade de Miami, EUA.
No estudo, Salerno e seus colegas “prepararam” os participantes para ter uma mentalidade de sobrevivência.
Os participantes deveriam fazer um teste de habilidade verbal. Eles viam uma série de letras e eram instruídos a apertar um botão se as letras formassem uma palavra. Para metade dos participantes, a maioria das palavras era relacionada à sobrevivência, incluindo “privação” e “resistir”.
Os participantes foram então convidados a avaliar seu desejo por certos alimentos. Aqueles preparados para ter uma mentalidade de sobrevivência foram mais propensos a preferir um sanduíche de alto teor calórico a um de baixo teor calórico. Em contraste, aqueles preparados para uma mentalidade de “abundância” (com palavras como “muito” e “amplo”) preferiram o sanduíche de baixa caloria.
Em um segundo experimento, os participantes foram preparados para ter mentalidade de sobrevivência ou de prazer (usando palavras como “satisfação” e “agradável”). Participantes com mentalidade de sobrevivência eram mais propensos a querer um sanduíche grande rotulado como “com alto teor calórico” do que um rotulado de “gostoso”. Para aqueles com a mentalidade de prazer, o oposto ocorreu.
Segundo os pesquisadores, os resultados sugerem que publicar informações de calorias em menus de restaurantes pode ter um efeito contrário ao pretendido. Para as pessoas em modo de sobrevivência, a informação de calorias pode fazer com que escolham alimentos mais calóricos, com a ideia de comer o quanto for possível.
No entanto, muitos estudos atuais mostram que a publicação de calorias em menus tem muito pouco efeito – positivo ou negativo -, independentemente de como o cérebro das pessoas estão “programados” para pensar.
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