domingo, 9 de dezembro de 2012

Ataque a adolescente na Praia do Leblon choca moradores


RIO - O ataque com uma faca a um adolescente de 14 anos na Praia do Leblon deixou moradores preocupados com a segurança do bairro. Como informou a coluna de Ancelmo Gois no GLOBO, o jovem foi vítima de um assalto seguido de tentativa de homicídio no domingo retrasado, quando voltava para casa, em Ipanema, após visitar a mãe no Leblon.
Ele caminhava pela areia por volta das 20h, quando foi abordado por dois criminosos. Um deles atingiu o jovem próximo ao pescoço com uma faca, que se partiu. Em seguida, os bandidos pegaram o celular e o dinheiro da vítima e fugiram.
Apesar do ferimento, o adolescente conseguiu se levantar e pedir ajuda. No calçadão, um grupo de estrangeiros o ajudou a pegar um táxi, que o levou ao Hospital Miguel Couto. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, ele deu entrada na unidade por volta das 21h40 com um corte no pescoço. Um pedaço da faca estava preso dentro do pescoço, que, no entanto, só teve parte da musculatura atingida. Ele foi operado para a retirada da lâmina e teve alta na última terça-feira.
O pai do jovem, que trabalha como cinegrafista e pediu para não ser identificado, passou a madrugada da última segunda-feira no hospital, durante a cirurgia. Ele questiona o que teria levado os bandidos a agir de forma tão violenta em um lugar que considerava seguro:
— Meu filho não estava em área de risco. Estava na praia. Espero que as pessoas fiquem alertas, porque isso poderia acontecer com qualquer um — diz o pai, que registrou o crime na 14ª DP (Leblon).
O adolescente conversou com um polícial por telefone anteontem. Segundo seu pai, ele não conseguiu fazer retrato falado dos bandidos, já que o ataque ocorreu pelas costas:
— O ponto onde meu filho foi atacado não é monitorado por câmeras, mas a polícia vai analisar imagens de câmeras próximas. É preocupante um dos bairros mais nobres do Rio ter áreas com policiamento ostensivo e outras totalmente descobertas.
Mais crimes com facas
O delegado Gilberto Ribeiro, titular da 14ª DP, explicou que esse tipo de crime não costuma acontecer no Leblon, e que os números de roubos e furtos estão estáveis. No entanto, ele disse que o uso de facas tem sido mais frequente. Segundo Ribeiro, grande parte dos roubos e furtos no bairro é cometida por bandidos das favelas de Jacarezinho e de Manguinhos.
O 23º BPM (Leblon) informou que realiza patrulhamento no Leblon com carros, policiais a pé e quadriciclos na praia. O batalhão promete reforçar o efetivo na área.
Augusto Boisson, presidente da Associação de Proprietários de Prédios do Leblon e membro efetivo do Conselho de Segurança do bairro, diz sentir a escalada da violência:
— Os índices não refletem a realidade. A sensação de insegurança é constante. As UPPs são um acerto. Porém, os bandidos que estão coagidos nas favelas, agora, atuam nas ruas.
Evelyn Rosenzweig, que preside a Associação de Moradores do Leblon, concorda:
— Há muitas queixas sobre assaltos. Falta policiamento. No caso do menino, o que mais assusta é a agressividade.

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