segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Laudo atesta estupro de menina achada morta na Rocinha

A comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela da Rocinha, major PM Pricila Azevedo, disse nesta segunda-feira, 30, que o laudo cadavérico do Instituto Médico-Legal (IML) comprovou que Rebeca Miranda Mesquita Carvalho, de 9 anos, foi estuprada antes de ser estrangulada. O corpo da menina também apresentava marcas de mordidas, segundo a oficial.


Rebeca foi encontrada morta na manhã de domingo, 29, dentro de um buraco coberto com telhas num terreno baldio, na localidade conhecida como Cachopa, na parte alta da Rocinha. O local fica a cerca de 100 metros de um posto da UPP, utilizado como dormitório pelos policiais militares.
"Achamos que o crime foi premeditado, pois o criminoso já tinha escolhido um local ermo, escuro, para levar a menina. Não há adjetivo para classificar uma pessoa capaz de fazer tamanha crueldade com uma criança. Tudo leva a crer que seja um desconhecido dos moradores da Cachopa. Para que o responsável seja identificado, precisamos da ajuda dos moradores que viram alguém rondando por aquela região na noite de sábado", afirmou a major.
A Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o crime. Os investigadores vão ouvir nesta segunda-feira depoimentos de parentes e vizinhos de Rebeca.
Uma testemunha ouvida no domingo contou que viu o momento em que a menina foi arrastada à força para um beco por um homem pardo, com idade entre 20 e 30 anos.
Rebeca estava numa festa de aniversário e brincava com outras crianças quando sumiu, por volta das 22h30 de sábado. Sua mãe, Maria Miranda de Mesquita, de 43 anos, estava em outra festa, a cerca de 50 metros do local. O corpo da menina foi encontrado às 6h de domingo por moradores. Uma hora antes, Maria e pessoas que estavam na festinha de aniversário haviam registrado o desaparecimento de Rebeca na 15ª Delegacia de Polícia (Gávea).
Cerca de cem moradores da Rocinha compareceram ao sepultamento do corpo de Rebeca, nesta segunda-feira, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio. Bastante emocionado, o motorista Reinaldo Carvalho dos Santos, de 57 anos, pai da criança, exigiu justiça.
"No sábado à tarde, Rebeca me perguntou `papai, você vai fazer churrasco hoje?'. Eu respondi: 'não, minha filha. Papai estaria de folga, mas precisa trabalhar para conseguir dinheiro para o aniversário do seu irmão'. Foi a última vez que falei com ela. Minha filha tinha tudo para vencer na vida: era estudiosa, fazia planos... E infelizmente ficou tudo pelo meio do caminho. O assassino precisa pagar pelo que fez com uma criança indefesa", desabafou.