terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Hospital Adão Pereira Nunes fecha emergência na Baixada Fluminense


Hospital na Baixada Fluminense fechou portas da emergência
Hospital na Baixada Fluminense fechou portas da emergência Foto: Pedro Teixeira / Agência O GloboO Globo


Um dia após o fechamento da emergência do Hospital da Mulher, em São João de Meriti, mais um hospital da Baixada Fluminense fechou as portas da emergência por conta da crise do estado. Pacientes que procuraram atendimento no Hospital estadual Adão Pereira Nunes (Saracuruna), em Duque de Caxias, tiveram que voltar para casa ou procurar outra unidade. Isso porque desde a madrugada desta terça-feira o hospital recebe apenas quem sofre de casos mais graves. De acordo com funcionários que não quiseram se identificar, a situação chegou a este ponto devido a falta de insumos e até de medicamentos.
— Faltam seringas, luvas para fazer os procedimentos e até alguns medicamentos. Por isso, a equipe de funcionários preferiu fechar setores como ambulatórios, maternidade e o pronto atendimento. É muito difícil trabalhar assim. — afirma uma enfermeira terceirizada. — Lá dentro (do hospital) há pacientes que precisam de cirurgias e estão em condições de operar, mas os procedimentos não acontecem por falta de condições. Principalmente na especialidade ortopédica.
Durante a madrugada, as entradas do hospital estavam fechadas, exceto por uma lateral, onde os casos mais graves eram recebidos. O enteado de dez anos do aposentado Jorge Ferreira, de 66, foi um dos que saíram da unidade sem atendimento. O menino reclamava de dores oriundas de uma lesão no pé.
— Isso é um descaso. Passei pela UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Piabetá e nos mandaram para cá. O garoto pode estar com o dedo quebrado, o pé dele está inchado. Falaram para a gente que só estavam atendendo casos de emergência. Agora só Deus — reclama o aposentado.
Nervosa, a mãe do menino contou que o filho se machucou no domingo. E, desde então, procura atendimento:
— Meu filho nem consegue andar direito. É uma situação crítica, uma vergonha. É muito constrangedor para uma mãe recorrer a uma pessoa que pode ajudar e eles virarem as costas — desabafa.
Com um cisto na face, o mecânico Hugo de Araújo, de 42 anos, também deixou o hospital durante a madrugada sem atendimento. Após receber um encaminhamento médico de um posto de saúde, ele esperava ser avaliado por um otorrino, já que sente dores na cabeça e não consegue dormir por isso. Além disso, Hugo afirma que ocorrem sangramentos recorrentes pelo nariz e pelos ouvidos.
— Me disseram que é uma coisa normal. Respondi que não é normal deitar com dor de cabeça e não conseguir dormir. A cabeça lateja, e tem um sangramento pelo ouvido e pelo nariz — afirma ele, que estava com um acesso para medicação em um dos braços. — Cheguei para tentar uma avaliação e também a drenagem do que precisa ser retirado. Fico um zumbi durante à noite e sem saber o que está acontecendo (comigo), ainda tem o estresse e a agitação. Você surta.
A história foi um poco diferente com a filha de um ano e seis meses de Jéssica da Silva Martins. Ela levou a criança, que estava com febre e vomitava, para ser atendida no hospital. Depois de pelo menos três horas, a menina, que possui necessidades especiais, foi atendida.
— Ficamos muito tempo para sermos atendidos. Não tem medicação, seringa, luvas — diz Jéssica, que, apesar do demora, entende a posição dos profissionais da saúde. — Eles não têm condições de trabalhar. Não tem nem Dipirona que é um medicamento mais simples.
Durante a espera, Jéssica relatou que uma mulher grávida chegou ao hospital para o parto. A paciente, de acordo com ela, precisou ser transferida para outro hospital já que não havia sequer luvas no local.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Marília Pêra mostrou o que é arte em todos os espaços onde atuou

Marília Pêra mostrou o que é arte em todos os espaços onde atuou

Artista intensa, de múltiplos talentos, Marília dominava todos os gêneros e brilhou fazendo comédia, drama e musicais no teatro, cinema e televisão.

Marília Pêra teve uma vida artística intensa. Filha de atores, ela se orgulhava de dizer que subiu pela primeira vez num palco ainda bebê, com 19 dias.
Uma artista inteira, entregue, íntegra. Marília Soares Pêra - uma carioca do Brasil. No preparo para o ofício de ser atriz fez bonito com os pés de bailarina, com a voz de cantora. Com o dom de atuar.
“Você tem que ser malabarista, trapezista, palhaço, vedete, você tem que ter todas as tuas possibilidades prontas”, dizia a artista.
Na junção de tantas habilidades, era inevitável virar uma estrela. Em cada papel, o respeito e o amor dos grandes artistas, herança de uma linhagem de atores.
“Eu nasci numa família de artistas de teatro. Meu pai, Manoel Perâ, minha mãe, Dinorá Marzulo, a mãe da minha mãe, Antônia Marzulo, o irmão do meu pai, Abel Pêra, todos eram atores”, relatou a atriz.
O pai ainda tentou mudar o rumo da história.
“O meu pai, ele não queria que eu fosse atriz, de jeito nenhum, a profissão de ator naquela época era muito sacrificada e eles tinham uma vida dura, duríssima, ele sonhava que eu fosse uma pianista clássica e que eu pudesse sair do Brasil", contou Marília Pêra em entrevista ao Memória Globo, em 2001.
Não teve jeito. O primeiro holofote se acendeu bem cedo na vida de Marília.
“Bom, minha mãe diz que eu entrei no colo de uma atriz, amiga dela, em uma peça em que precisavam de bebê, quando eu tinha 19 dias. Pelas minhas pernas, mesmo, fazendo Medeia, de Eurípedes, quando eu tinha 4 anos, na companhia de Henriette Morineau, fazia a filha de Medeia"acrescentou ela na entrevista.
Teatro foi a primeira paixão e a grande escola da atriz.
“"Eu fui criada dentro das coxias mesmo. Eu me preparei assim, olhando os grandes atores, os médios atores, os maus atores, pelas coxias”, relatou na mesma entrevista.
Na década de 1960, a jovem bailarina já encantava as plateias. Nos anos seguintes, as imagens ainda eram em preto e branco, mas a carreira da atriz começava a ganhar cores.
Se consagrou nos palcos, experimentando gêneros variados. Deu vida a grandes personagens nos musicais: Carmem Miranda, Dalva de Oliveira, Maria Callas.
Doce Deleite, ao lado de Marco Nanini, foi sucesso na década de 80.
E mais recentemente, na montagem sobre a vida da estilista Coco Chanel.
Com o companheiro de muitas produções, Miguel Falabella, fez a última peça, Hello, Dolly.
Sempre inquiteta, consquistou o público e a crítica na direção de peças como O Mistério de Irma Vap, com Ney Latorraca e Marco Nanini.
No cinema, foram mais de 30 longas-metragens.
Viveu Ana Moreno, em Bar Esperança, de Hugo Carvana.
Ao lado de Fernanda Montenegro, Marília era a Irene, de Central do Brasil, de Walter Salles.
Ela foi também as irmãs gêmeas Magda e Magali em Polaroides Urbanas, de Miguel Falabella.
Entre tantos prêmios na carreira, um especial: como a prostituta Suely, em Pixote, a Lei do Mais Fraco, de Hector Babenco.
“Foi o primeiro filme que me deu aquele susto assim, porque eu ganhei um prêmio internacional. Um dia me ligaram e eu tinha ganho o prêmio em Nova York, foi muito bom isso. O Pixote me jogou no mundo”, contou Marília na entrevista ao Memória Globo, em 2001.
Na televisão deixou seu nome marcado em 24 novelas, cinco minisséries, programas especiais e seriados. Participou do começo da TV Globo e cresceu com ela. Atuou em O Cafona, Bandeira 2 e Uma Rosa Com Amor.
Fazer humor não era um esforço. A graça vinha de forma elegante, sutil, sem gritos. Fez o Brasil rir com personagens inesquecíveis, como a Rafaela, de Brega & Chique.
E quando a arte pedia amargura, a entrega era a mesma. Quem não se lembra da vilã Juliana, da minissérie O Primo Basílio?
Fora dos holofotes, era a leveza que ditava o ritmo da vida.
“Eu aprendi que a gente não deve se levar tão a sério. A gente não deve se achar, se você se debocha um pouco, a vida pode ser mais leve. E a esperança com o humor é uma boa filosofia de vida”, ensinava Marília Pêra.
A Marília que o Brasil admirava foi para a avenida numa homenagem da Escola de Samba Mocidade Alegre, de São Paulo.
O último trabalho de Marília Pêra foi no cenário em que ela vivia Darlene, uma maquiadora, no seriado Pé na Cova. Mais um trabalho ao lado do amigo Miguel Falabella.
Nas últimas gravações, no cenário do seriado, Marília Pêra já sentia os reflexos provocados pelo avanço da doença. Na maior parte das cenas ela aparecia sentada por causa das doees. Foi pouco mais de um ano lutando contra a doença, mas sem deixar de lado o prazer de atuar.
Em 72 anos de existência, ela  deixa três filhos, marido, um número incontável de amigos e admiradores e obras inesquecíveis. Uma vida resumida por ela mesma.
“Acho que eu me defino como uma colcha de retalhos de atrizes maravilhosas, de atrizes medianas, de atrizes ruins, uma colcha de retalhos de tudo que eu vi, vivi, senti, aprendi, acho que é isso”, resumiu Marília na entrevista ao Memória Globo, em 2011.
Pra sempre, aplausos a Marília Pêra.
A presidente Dilma, numa rede social, lamentou a morte de Marília Pêra. Disse que o país perde uma das artistas mais talentosas, que dedicou a vida à arte

Aplicativo “Placar do Impeachment” mapeia opiniões dos deputados

O desenvolvedor de aplicativos Mario Moll criou o “Placar do impeachment“, que divide nas colunas “Sim”, “Não” e “Dúvida” as posições dos deputados sobre o impeachment de Dilma Rousseff.
A imagem de cada parlamentar nas colunas “Sim” e “Não” é acompanhada do ícone “Link”, no qual você pode clicar para conferir a posição dele, acessando diretamente uma página que mostra uma de suas declarações reais sobre o tema.
Ao clicar em “Informar”, logo abaixo da imagem de cada parlamentar na coluna “Dúvida”, você mesmo pode enviar um link para alguma página – de rede social, vídeo, reportagem ou qualquer outro meio – que traga uma declaração do parlamentar capaz de definir como “Sim” ou “Não” sua posição sobre o impeachment.
Obviamente, declarações em páginas verificadas ganham a preferência de exibição dado o maior grau de confiabilidade – e o parlamentar em “Dúvida” passa imediatamente à coluna “Sim” ou “Não” após a confirmação de sua posição.
Internautas e os próprios parlamentares estão convidados a contribuir com informações que ajudem o Brasil a ter um quadro político mais transparente durante este processo tão importante para o futuro da nação.
O “Placar do Impeachment” – ativo, mas ainda em fase de construção – pode ser acessado pelo link: http://placarimpeachment.vidapolitica.info/.
Segue uma amostra das definições iniciais.
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