sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ser feio é uma desvantagem – mas que deveria ser protegida por leis?

As desvantagens óbvias de ser feio todo mundo conhece, mas muitas pesquisas científicas apontaram outras como ser propenso a ganhar menos, atrair parceiros menos ricos, entre outras coisas.

Agora, um professor de economia da Universidade do Texas, EUA, argumenta que ser feio tem tantas desvantagens que eles deveriam ser protegidos como classe, assim como minorias raciais ou pessoas com deficiência.

Daniel S. Hamermesh fez esta afirmação logo que lançou seu livro, “Beauty Pays” (tradução livre, “A Beleza Paga”). Hamermesh estuda as “desvantagens da fealdade” por 20 anos, e diz ter provado que pessoas feias são discriminadas.

“A maioria de nós, independentemente de nossas atitudes professas, prefere comprar de vendedores com melhor aparência, ouvir advogados mais bonitos, votar em políticos mais esbeltos, aprender com professores lindos. Não é uma questão de se recusar a contratar o feio: em nossos papéis como trabalhadores, clientes e potenciais amantes, somos todos responsáveis por esses efeitos”, explica Hamermesh.

O economista sugere que deveríamos ajudar as pessoas de aparência simples, alargando as leis que protegem minoras e, possivelmente, criando programas de ação afirmativa para os feios.

Isso soa meio impossível, afinal exigiria que nós classificássemos legalmente alguém como “pouco atraente” (para não dizer horroroso), mas Hamermesh argumenta que as pessoas podem de fato ser comprovadamente feias.

Supostamente, embora possamos discordar sobre quem é a pessoa mais linda do mundo, todos podemos facilmente chegar a um acordo sobre qual classe de atratividade alguém está.

Parece que ninguém ia gostar de ser rotulado como “feio”, mas, pelo menos no Brasil, todos admitiram prontamente que não tem nenhum álibi para sua aparência, uma vez que lhes fosse oferecida a oportunidade de qualquer ganho extra por causa dos efeitos de ser pouco atrativo.

Mas, apesar dos argumentos de Hamermesh, a beleza ainda é subjetiva. Não teria como chegar a um acordo razoável, embora, ocasionalmente, os cientistas anunciem que determinaram a fórmula científica para a atração facial (com Brad Pitt no topo da lista).

A verdade é que todos nós caímos em algum lugar no espectro menos-que-perfeitos (até mesmo Brad ameaça seu lugar no topo quando aparece com barbichas). Onde uma pessoa se encaixaria nessa escala depende da forma como se veste, seu penteado, sua personalidade, expressões, preferências pessoais, e muitos outros fatores.

Pessoalmente, acho que buscar a “igualdade” na sociedade significa tratar todos igualmente – negros, feios, lindos, albinos, carecas – e leis pra proteger uns ou outros é assumir a discriminação e tapar o sol com a peneira. De fato, acho que os feios devem sofrer preconceito, mas seria uma lei a solução? Qual a sua opinião?

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