sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Incêndios no Texas afetam área equivalente a Minas Gerais


Quem acha que o tempo está muito seco no Brasil não viu o Texas, nos Estados Unidos. O estado está em chamas. Atravessa a pior onda de seca já registrada. O clima está completamente fora do padrão por lá. A imagem acima, feita por astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional, mostra as colunas de fumaça enfeitando o planeta Terra.
Só no dia 7 de setembro, os bombeiros estavam combatendo 172 incêndios florestais. Alguns deles foram registrados em vídeo. Os incêndios afetavam uma área equivalente à do estado de Minas Gerais. Um deles, perto da cidade de Bastrop, destruiu 785 casas.
A arquiteta brasileira Simone Mansur, que mora por lá, escreveu como foi. “Com a ventania forte, o fogo se alastrou rapidamente pela reserva florestal que cerca a vizinhança. Todas as 4 mil casas tiveram que ser evacuadas, e pelo que sabemos até agora o fogo já destruiu 25 casas. Pegamos nossos documentos e o que deu e saímos de casa. Ainda arrombamos a porta dos vizinhos, que estavam fora, pra levar os cachorros deles.”

“Os bombeiros levaram tratores e demoliram cercas, decks, estruturas de madeira e centenas de arvores para separar as casas da mata que ainda tem focos de incendio”, diz Simone. “Ainda tem vários incêndios enormes queimando pelo Texas, a maioria ainda fora de controle. Precisamos muuuito de chuva! Enquanto isso, aqui do lado, a Louisiana está alagada por causa do furacão….”
A situação no Texas é fora do normal. Para se ter uma ideia, o gráfico abaixo mostra as médias de chuva e de temperatura deste 1919. Na vertical, os pontos mostram a média de temperatura de junho e julho. Na horizontal, as médias de precipitação (chuva). Dá para ver como o ano de 2011 está completamente fora do padrão.

Para vários pesquisadores, essa seca acentuada é coerente com os estudos que simulam as mudanças previstas por consequência do aquecimento global. Segundo esses levantamentos, a região do sudoeste americano pode ficar até 20% mais seca nos próximos 50 anos. Um dos principais estudos, da NOAA, agência americana de oceanos e atmosfera, prevê anos difíceis, comparáveis aos da depressão dos anos 30 nos EUA, que ganharam o nome de Dust Bowl.
(Alexandre Mansur)

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