domingo, 11 de setembro de 2011


Por Mark Egan, Basil Katz e Steve Holland
NOVA YORK (Reuters) - Neste domingo, os norte-americanos lembram o horror do dia 11 de setembro de 2001 e as quase 3.000 pessoas que morreram naquela data, quando aviões comerciais foram sequestrados e usados para atingir edifícios no país. As autoridades locais estão trabalhando para garantir que o marcante dia do 10o aniversário dos ataques seja pacífico.
"Deus é o nosso refúgio e a nossa força," afirmou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lendo o Salmo 46 da Bíblia no Marco Zero, no momento mais marcante da cerimônia anual de leitura dos nomes dos mortos nos ataques por membros de suas famílias.
Milhares de pessoas se juntaram em uma ensolarada manhã de domingo em luto onde, um dia, erguiam-se as torres gêmeas do World Trade Center. Com a segurança reforçada e sem tráfego de veículos, houve um fúnebre silêncio no lugar em que, há uma década, os dois arranha-céus de 110 andares desabaram após serem atingidos por aviões sequestrados, causando uma nuvem de poeira no sul de Manhattan.
A cerimônia --que teve gaita de foles, vozes de jovens cantando o Hino Nacional e bombeiros segurando uma bandeira norte-americana surrada que foi retirada do Marco Zero-- provocou lágrimas. Membros das famílias vestiram camisetas com os rostos dos mortos, levaram fotos, flores e bandeiras em um momento de emoção.
Pela primeira vez, parentes viram o memorial e tocaram os nomes de seus entes queridos, gravados ali. Alguns deixaram flores, outros pequenos ursinhos de pelúcia. Alguns usaram lápis para raspar os nomes em papel, outros tiraram fotografias.
Muitos choraram quando os nomes de seus parentes foram lidos, por esposas e maridos, pais, mães, irmãs, irmãos e filhos, alguns chocados com a emoção devido à perda pessoal.
"Eu não paro de ter saudades de meu pai. Ele era demais," afirmou Peter Negron, que era apenas uma criança quando seu pai, Pete, foi morto em uma das torres. "Eu gostaria que meu pai estivesse aqui para me ensinar a dirigir, como pedir para sair com uma garota e ver eu me formar no colégio e uma centena de outras coisas que não consigo nem começar a nomear."
Os ataques da Al Qaeda, em 2001, agora são tão parte da vida norte-americana que foram incluídos no currículo escolar. Este foi o primeiro aniversário que teve a participação do presidente dos EUA.
O memorial tem dois tanques como se fossem as pegadas das torres gêmeas, com quedas d'água de 9,1 metros. Ao redor do perímetro dos tanques há os nomes das vítimas do 11 de Setembro e do ataque à bomba às torres, em 1993.
"Dez anos se passaram desde que um dia perfeito e ensolarado se tornou a mais sombria das noites," afirmou o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, durante a cerimônia.
"Desde então, vivemos na claridade e na sombra, e embora não podermos nunca esquecer o que aconteceu aqui, também podemos ver que as crianças que perderam seus pais cresceram para ser jovens adultos, netos nasceram e bons trabalhos e serviços públicos criaram raízes para honrar aqueles que amávamos e perdemos."
Obama visitou o Memorial Norte, onde ficava a torre norte. Ele andou ao redor do tanque de mãos dadas com a primeira-dama Michelle Obama, o ex-presidente George W. Bush e sua mulher, Laura.
Em um momento sombrio, Obama tocou os nomes dos mortos, gravados em uma pedra, antes de cumprimentar alguns parentes de vítimas.
ALERTA DE SEGURANÇA
Autoridades de Nova York e Washington estão em alerta máximo contra o que descreveram como "possíveis, mas não confirmadas" ameaças de um plano da Al Qaeda para atacar os EUA novamente uma década depois da queda das torres gêmeas do World Trade Center após o choque dos aviões.
Em Manhattan, particularmente, a segurança está muito rígida. Policiais inspecionam veículos nas ruas da cidade e em pontes e túneis que levam a Nova York.
Houve uma demonstração sem precedentes de força em Manhattan, com bloqueios da Times Square, no centro da ilha, até o Marco Zero, que fica bem ao sul.

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