domingo, 31 de agosto de 2014


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Kody Brown pode viver
 legalmente com suas 
quatro esposas
UTAH – Os mórmons
fundamentalistas
 que praticam a poligamia em 
Utah conseguiram uma vitória 
legal na última quarta-feira, 
quando um juiz federal deu 
razão a uma conhecida 
família em seu litígio contra
 o Estado. As leis estaduais
 proíbem o matrimônio múltiplo
 e a coabitação, mas o juiz 
Clark Waddoups decidiu 
que poligamia é legal,
 desde que não exista o 
casamento formal, 
informa o “El País”.

Em sua decisão, 
Waddoups determina 
que a proibição da 
coabitação vai contra
 a proteção das liberdades
 individuais, presente 
na Constituição americana.
 Com isso, Brown pode
 continuar vivendo com suas
 quatro mulheres, desde que
 não casem formalmente.
A decisão encerra uma batalha
 legal de três anos entre o 
estado de Utah e Kody Brown, 
conhecido por protagonizar 
o programa de TV “Sister Wives”,
 que mostra como Brown vive 
com suas quatro esposas e 
16 filhos. Quando o programa
 começou, em 2010, a família 
vivia na cidade de Lehi, em Utah,
 e o estado iniciou uma 
investigação contra Brown. 
Apesar de nunca ter sido 
denunciado, o mórmon
 fundamentalista processou
 o estado por impedir 
a prática de sua religião.
Em dezembro do ano passado, 
Brown já havia conseguido
 sentença favorável, mas ela 
estava suspensa até a decisão 
do valor a ser pago pelo estado
 pelos danos causados. 
Entretanto, a família renunciou
 ao direito de ser ressarcido,
cobrando apenas os custos
 processuais.
A promotoria do estado
de Utah informou que 
irá recorrer à Corte de 
Apelações, mas até o
 momento nada foi feito. 
Em comunicado, a família
 Brown agradeceu o
 trabalho dos advogados
 e pediu respeito à prática
 religiosa.
Os casamentos múltiplos 
são ilegais nos EUA desde o 
século XIX. Os próprios 
mórmons condenam a prática
 há mais de um século, mas
 alguns membros da
 comunidade mórmon
 fundamentalista em Utah
 continuam com a prática.
 As estimativas apontam 
que 38 mil mórmons pratiquem 
a poligamia no estado.
- Agora não somos criminosos.
É um grande alívio. Não 
precisamos temer que alguém
 bata na porta e leve os seus
 filhos. Espero que esta decisão
 elimine o estigma de viver sobre
 um princípio que é uma forte
 crença religiosa – disse 
Anne Wilde, cofundadora 
do grupo Principle Voices, 
que defende a poligamia, 
à agência AP.


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