BRASÍLIA (Reuters) - A Comissão de Ética Pública da Presidência da República encaminhou à presidente Dilma Rousseff a recomendação de exoneração do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, envolvido em denúncias de irregularidades na pasta.
A decisão da comissão, unânime, foi anunciada nesta quarta-feira pelo seu presidente, Sepúlveda Pertence, e considerou que houve suposto desvio de ética em denúncias que apontam irregularidades em convênios no Ministério e cobrança de propina na pasta.
Dilma pode ou não acatar a decisão da comissão. O Palácio do Planalto não informou imediatamente como a presidente reagiu ao saber da decisão.
O procedimento de apuração foi aberto no início do mês e, segundo Pertence, as explicações de Lupi ao Congresso e à própria comissão foram 'não satisfatórias' e 'inconvenientes de um ministro'.
'Ele se defendeu e a comissão entendeu que ele não tinha explicado a base das acusações, que era a série de convênios irregulares firmados por pessoas do seu partido', disse Pertence a jornalistas.
'(Encaminhamos à Dilma) a recomendação da comissão para exoneração do ministro do Trabalho.'
Procurado pela Reuters, Lupi não foi localizado para comentar a decisão. Já a assessoria do Ministério do Trabalho disse que ainda não tinha sido informada.
O Ministério do Trabalho foi alvo de denúncias de suposto esquema de cobrança de propina de organizações não-governamentais (ONGs) conveniadas com a pasta, num esquema que serviria para abastecer o caixa do PDT, partido de Lupi.
O ministro também foi acusado de ter pego 'carona' em avião providenciado por um empresário e dirigente de ONG, que meses depois assinou convênios com o ministério.
(Reportagem de Hugo Bachega; Reportagem adicional de Jeferson Ribeiro)
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