O grupo hacker Anônimos conseguiu tirar do ar brevemente 40 sites que eles afirmam conterem imagens de abuso sexual infantil.
Os ataques foram realizados como parte da Operação Darknet, que visava grupos de abuso que trocavam imagens através da rede Tor.
Como parte de suas ações, o grupo hacktivista publicou os nomes de 1.500 pessoas que eles disseram que usaram um site conhecido como “Lolita City”.
A rede Tor tenta manter o anonimato de seus usuários fazendo roteamento de navegação na web através de uma série de servidores espalhados pela rede. Isto torna mais difícil de rastrear usuários e monitorar o que eles estão vendo.
Muitos manifestantes em nações como o Egito e a Síria usaram o Tor para esconder sua localização por parte das autoridades nesses tempos de crise.
Uma inovação, recentemente adicionada ao Tor, é a capacidade de criar uma “darknet” – uma rede que funciona de forma semelhante à web, mas pode ser vista apenas por usuários Tor.
No início de outubro, os hackers do grupo Anônimos notaram que um site hospedado na darknet de Tor continha links para imagens de abuso sexual infantil.
Os membros do Anônimos removeram os links, que logo foram repostados. Assim, o grupo deixou o site offline, e avisou a empresa que estava hospedando os links.
Em um documento que detalha suas ações, o grupo Anônimos disse que pediu a empresa para remover o conteúdo ilegal, mas o pedido foi recusado, por isso eles invadiram a rede da empresa e encerraram uma série de computadores que hospedavam as imagens do abuso. O grupo prometeu continuar os ataques até que as imagens fossem removidas.
A empresa acusada de hospedar o conteúdo ainda tem de responder a um pedido de comentário sobre os ataques.
Especialistas condenaram os ataques do grupo, dizendo que eles poderiam ter minado investigações em curso ou infectado provas contra os abusadores.
Christian Sjoberg, chefe da empresa de análise de imagem NetClean, que ajuda as forças policiais a categorizar imagens de abuso, disse que os hackers devem pensar cuidadosamente sobre o que eles fizeram. “Pode ser perigoso. Se você pensar nessas imagens como provas de um crime publicadas na internet, então a situação fica um pouco mais complicada”, disse.
Graham Cluley, consultor sênior de tecnologia da empresa de segurança Sophos, disse que os ataques foram equivocados. “Fechamentos de sites e redes de compartilhamento ilegais devem ser feitos pelas autoridades, e não por vigilantes da internet”, afirmou.
Os ataques poderiam ter colocado uma investigação existente em situação de risco, impedido a coleta de provas necessárias, ou dificultado a argumentação de que as provas não foram corrompidas.
“Os hackers Anônimos podem sentir que fizeram a coisa certa, mas na verdade podem ter, inadvertidamente, colocado mais crianças em maior risco através de suas ações”, explicou Cluley.
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