sexta-feira, 28 de outubro de 2011

'Quando vi o fogo subir, sabia que não tinha mais jeito', disse comerciante


'Quando vi o fogo subir, sabia que não tinha mais jeito',


disse comerciante


Segundo comerciantes do Mercado São Braz, incêndio começou às 11h.

O fogo atingiu parcialmente dois estabelecimentos no Rio.

Alba Valéria MendonçaDo G1 RJ



Incêndio atingiu supermercado e Mercadão São Braz, em Campo Grande, e deixou 12 pessoas feridas (Foto: Jadson Marques / Ag. Estado)Incêndio atingiu supermercado e Mercadão São Braz, em Campo Grande, e deixou 12 pessoas feridas (Foto: Jadson Marques / Ag. Estado)

Desolação. Essa era a palavra estampada no rosto de dezenas de comerciantes do Mercado São Braz, na Rua Augusto Vasconcelos, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Entre atônitos e inconformados, reunidos em pequenos grupos comentavam o incêndio que atingiuum supermercado e destruiu praticamente os mais de 70 boxes que funcionavam nos três andares do mercado popular.

"Quando vi o fogo subir, sabia que não tinha mais jeito. Pensei: 'meu Deus', o que é que eu vou fazer, agora. Foi tudo muito rápido, não deu tempo de salvar nada", disse um comerciante de bicicletas, que tinha três boxes no mercado, e que não quis se identificar.

Segundo o Corpo de Bombeiros, 12 pessoas se feriram. Sete pessoas foram atendidas no local. Os outros cinco feridos foram levados para o Hospital Rocha Faria, em Campo Grande. Segundo as primeiras informações, nenhuma das vítimas apresenta estado grave.

De acordo com o administrador Lourenço Góis, o prédio do mercado popular pertence ao governo do estado. O mercado, segundo ele, nasceu em 1961, a partir de um galpão construído ali mesmo no final da II Guerra Mundial. Em cerca de 70 anos de existência, segundo Góis, nunca houve um incêndio no local.

"Todos estão muito chocados. São comerciantes que têm negócios aqui há mais de 40 anos, lojas que passam de pai para filho. Não estava no prédio quando o incêndio começou, mas quem viu tudo desde o início, diz que ao ver as labaredas, sabia que não teria como evitar a tragédia. Ainda mais que logo no início do combate, não havia água para os bombeiros", disse o administrador.

No entanto, o major Rodrigo Bastos, diretor operacional dos Bombeiros negou que tenha faltado água para apagar o incêndio em algum momento. Ele afirmou que, inclusive teve total apoio da Cedae, que forneceu carros-pipa.

Sem seguro, o casal dono de uma loja de materiais religiosos, não conseguia despregar os olhos do prédio.

"Nossa família perdeu tudo, tudo, tudo. Quarenta anos de trabalho duro queimados no incêndio. Só minha mãe estava na loja. Mas ela nem consegue contar direito o que houve. Só diz que o foigo começou no supermercado e atingiu em cheio a parte central do São Braz. Foi muito rápido, não deu para salvar nada", disse a filha Isabel Cristina, calculando que o prejuízo da família vai ser imenso, principalmente por ter ocorrido próximo das festas de fim de ano.

De acordo com a assessoria dos bombeiros, o fogo já foi controlado nos dois estabelecimentos, mas os agentes seguem combatendo pequenos focos de incêndio.

Bombeiros combatem fogo em supermercado (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Bombeiros combatem fogo em supermercado
(Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

O delegado da 35ª DP (Campo Grande) Carlos Alberto Leite esteve no local e informou que não houve sinal de explosão nem de vazamento de gás. Ele disse também que o fogo teria começado no segundo andar do supermercado. A perícia só deve ser feita no sábado por causa dos focos de incêndio.

De acordo com o Centro de Operações da prefeitura da cidade, devido ao incêndio, a via está totalmente interditada. O tráfego está lento e com retenção.

Agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio) monitoram a região. A Rua Augusto Vasconcelos está interditada no trecho em frente aos prédios incendiados, entre as ruas Agostinho Coelho e Engenheiro Trindade. O trânsito foi desviado para a Rua Agostinho Coelho, segundo o Centro de Operações Rio.

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