O mundo conta a partir desta segunda-feira com mais de sete bilhões de seres humanos e, das Filipinas à Rússia, vários países reivindicaram o nascimento que ilustra simbolicamente os desafios planetários do crescimento demográfico.
Manila celebrou o nascimento de Danica, mais de uma década depois da população do planeta alcançar seis bilhões, em 1999, quando a ONU escolheu Adnan Nevic, um menino nascido em Sarajevo, como representante simbólico da marca. Desta vez, a ONU optou por não designar nenhuma criança com antecedência e vários países reivindicaram a efeméride.
Danica May Camacho, nascida no domingo, dois minutos antes da meia-noite, no José Fabella Memorial Hospital, um centro público da capital filipina, tem 2,5 quilos. Seus pais, Florante Camacho e Camille Dalura, foram felicitados por representantes das Nações Unidas.
"É muito bonita. Não posso acreditar que seja a habitante sete bilhões do planeta", comentou emocionada Camille Dalura na sala de partos, invadida pela imprensa.
Danica receberá uma bolsa de estudos e seus pais uma quantia em dinheiro para abrir uma loja.
"O mundo e seus sete bilhões de habitantes formam um conjunto complexo de tendências e paradoxos, mas o crescimento demográfico faz parte das verdades essenciais em escala mundial", declarou a representante do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) nas Filipinas, Ugochi Daniels.
Segundo o UNFPA, Filipinas é o 12º país mais populoso do mundo, com 94,9 milhões de habitantes, 54% deles com menos de 25 anos.
A China tem a maior população, com 1,35 bilhão de habitantes, seguida pela Índia, com 1,24 bilhão.
No total, a Ásia representa 4,2 bilhões de habitantes e deve atingir 5,2 bilhões em 2052, antes de iniciar uma redução progressiva. Mas o aumento mais expressivo acontece na África, onde a população superou um bilhão em 2009 e deve atingir dois bilhões em 2044.
Ao mesmo tempo, duas regiões russas, a mais oriental, Kamchatka, e a mais ocidental, Kaliningrado, também disputam o mérito do nascimento do bebê de número sete bilhões.
Kamchatka, uma península isolada e pouco habitada banhada pelo Oceano Pacífico, foi a primeira a anunciar o nascimento de seu candidato oficial, às 0H19 locais (14h19 de Brasília no domingo): um menino chamado Alexander. Na outra extremidade da Rússia, Piotr Nikolaev, de 3,6 quilos, nasceu em Kaliningrado às 0H02 locais (19H02 de Brasília, domingo).
Pobreza, fome, doenças, conflitos: o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que concederá uma entrevista coletiva para falar sobre o tema, destacou que a marca de sete bilhões não deve ser minimizada.
"Não se trata de uma simples questão de números. É uma história humana", declarou na semana passada.
Nos países mais pobres, os governos enfrentarão as dificuldades dos jovens para encontrar empregos. Além do aquecimento global, da seca e da explosão descontrolada das megalópoles, adverte o UNFPA.
"Sete bilhões de pessoas precisam de alimentos. Energia. Ofertas interessantes em termos de empregos e educação. Direitos e liberdade. Liberdade de expressão. Liberdade de poder educar seus filhos em paz e segurança", insistiu Ban Ki-moon.
Ao ritmo de dois nascimentos por segundo, o UNFPA prevê que a população continuará aumentando e alcançará 9,3 bilhões em 2050, antes de superar 10 bilhões até o fim do século.
Até 2025, a Índia será o país de maior população, à frente da China, com 1,5 bilhão de habitantes.
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