Pesquisadores afirmam que obtiveram sucesso com uma vacina que desencadeia o sistema imunológico para atacar o tipo mais comum de câncer de pulmão.
Testes clínicos feitos em 148 pacientes mostram que a adição da vacina à quimioterapia diminui a progressão do câncer.
Vacinas contra o câncer usam os mesmos princípios que vacinas contra infecções: a formação do próprio sistema imunológico do organismo. No entanto, em vez de proteger contra o sarampo ou a gripe, essas vacinas atacam tumores no corpo.
A ideia é que quando uma célula torna-se cancerosa e se divide descontroladamente, fica diferente. As proteínas na superfície das células se alteram e o sistema imunológico pode ser treinado para detectar estas mudanças.
Pesquisadores da Universidade de Estrasburgo usaram uma vacina chamada TG4010, uma versão geneticamente modificada do vírus da varíola, para produzir uma proteína “cancerosa”.
Pacientes com câncer de pulmão avançado participaram do estudo. Todos receberam um tratamento de quimioterapia padrão, e metade também foi infectada com o vírus.
Seis meses depois, a doença estava mais estável em pacientes vacinados do que nos pacientes que só receberam as drogas da quimioterapia. A “sobrevivência livre de progressão” foi de 43% para pacientes vacinados, contra 35% para os que só receberam quimioterapia.
No entanto, a sobrevivência média foi de 10,7 meses em pacientes vacinados, apenas ligeiramente superior aos 10,3 meses de
pacientes de quimioterapia.
“Há um grande interesse em aproveitar o poder do sistema imunológico para tratar o câncer. Este estudo em fase inicial mostra que a combinação de uma vacina com a quimioterapia é possível, e pode ter alguns benefícios para pessoas com câncer de pulmão”, disse o clínico britânico Peter Johnson.
No entanto, o efeito sobre a sobrevida global da vacina é limitado, e mais estudos são necessários para comprovar sua eficácia.
“O estudo deixa um monte de perguntas sem resposta – são necessárias mais pesquisas para ver se a vacina vai realmente melhorar a sobrevida de pacientes com câncer de pulmão”, conclui
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