As medidas chegam após dias de uma escalada nos conflitos entre os dois países africanos.
O estado de emergência passa a valer nos distritos de fronteira dos Estados de Kordofan do Sul, Nilo Branco e Sennar, indica a agência de notícias estatal Suna.
Em outro desdobramento, o Sudão do Sul anunciou a retirada de suas tropas da região de disputa em Abyei. O país chegou a ocupar as instalações petrolíferas de Heglig por dez dias, mas retrocedeu.
Após uma sangrenta guerra que durou quase 20 anos e matou mais de 1,5 milhão, o Sudão e o Sudão do Sul se separaram no ano passado e desde então vêm mantendo confrontos em torno das fronteiras e dos campos de produção de petróleo, principal fonte de renda das duas nações.
O estado de emergência "dá ao presidente [do Sudão] e a qualquer um dentro de seu mandato o direito" de estabelecer tribunais especiais em parceria com o chefe de Justiça, diz a agência Suna.
Mais cedo, tropas dos dois países mantiveram confrontos na fronteira, informa Andrew Harding, correspondente da BBC que está no local. Ele diz que as forças sul-sudanesas dispararam contra helicópteros do Sudão, o que levou a uma resposta das tropas do Norte.
Expulsão
Mais de 12 mil pessoas de origem sul-sudanesa terão que abandonar suas casas no lado sudanês da fronteira dentro de uma semana, anunciou o governo do Norte neste domingo.
Eles fazem parte de um grupo de uma população estimada em 350 mil que se mudou para o Norte em 2002 em busca de trabalho após um acordo de paz. Segundo os detalhes do acordo havia um prazo para que eles regularizassem sua situação ou deixassem o país.
No sábado, o Sudão prendeu quatro estrangeiros (um sudanês do sul, um sul-africano, um britânico e um norueguês) por terem supostamente entrado de forma ilegal no campo de produção de petróleo de Heglig –região de disputa entre os dois países.
A missão da ONU no Sudão do Sul disse que os quatro eram trabalhadores humanitários envolvidos na retirada de minas terrestres da região e que não estavam nas proximidades das instalações petrolíferas. Um deles trabalha nas Nações Unidas.
Os quatro foram levados à capital sudanesa, Cartum, para investigações. A empresa de um deles diz que os funcionários trabalham na remoção de minas terrestres, possuem imunidade da ONU e estavam em território sul-sudanês.
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