segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Polícia do Rio procura atiradores que mataram uma PM em cabine da UPP


No ataque no Parque do Proletário, na tarde de domingo (2), além da policial morta, três pessoas ficaram feridas.


A PM do Rio fez uma operação, nesta segunda-feira (3), em busca dos bandidos que atiraram contra uma Unidade de Polícia Pacificadora. No ataque, uma policial morreu e mais três pessoas ficaram feridas.
A polícia fez buscas em doze regiões do Rio de Janeiro. Na operação, um suspeito morreu numa troca de tiros e outro ficou ferido. Quatro homens foram presos e dois adolescentes, apreendidos. Um deles tinha no pescoço uma corrente dourada com um fuzil.
Os policiais apreenderam armas e drogas. Em todas as áreas vasculhadas, atua a mesma facção criminosa que ontem atacou a base da Unidade de Polícia Pacificadora do Parque Proletário, no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio.
No ataque, a soldado Alda Rafael Castilho morreu ao levar um tiro pelas costas. Segundo a polícia, os bandidos chegaram em dois carros e estavam armados de fuzis. Alda foi surpreendida pelos disparos quando entrava no contêiner. Um casal de moradores que passava por ali também foi atingido. O soldado Marcelo Gilliard foi baleado na perna dentro da base da UPP.
Ele está fora de perigo. Mas a moradora Elaine Marques foi atingida na cabeça e o estado dela é grave. O terceiro ferido, Antônio Marcos, chegou a ser internado, mas já teve alta.
Nesta segunda-feira, o policiamento foi reforçado no Parque Proletário. São 60 PMs estão de prontidão e à noite virão ainda mais. É possível ver as marcas dos tiros. Este foi o quarto ataque a áreas com UPPs em menos de uma semana.
Desde o início do processo de pacificação, há cinco anos, oito policiais já foram mortos em áreas com UPPs.
Nesta segunda, a soldado Alda foi enterrada. Ela tinha 26 anos e estudava psicologia, porque queria ajudar as crianças da comunidade. “Minha filha tem 26 anos, um futuro pela frente. Tudo o que não estudei, quis dar pra minha filha. Dignidade, pra ela ser uma pessoa de bem. Aí calaram a minha filha”, lamenta Jorge Castilho, pai de Alda.
Governador do Rio de Janeiro diz que política de pacificação não tem volta
O Jornal Nacional foi ouvir as autoridades do Rio sobre o ataque de domingo. Veja o que disseram o secretário de Segurança e o governador.
“Avisar à população que, em momento algum, nós vamos dar ré nesse processo. Nós vamos conversar. Especialmente em áreas com 100 mil habitantes, mais de 100 mil, a gente pode ter que rever algumas coisas, sim”, apontou José Mariano Beltrame, secretário de Segurança Pública – RJ.
“Essa política não tem volta. A política de pacificação hoje conta com 9 mil homens e mulheres da PM em diversas comunidades. Agora, são ações em que a polícia está permanentemente lá, se depara com marginal, o marginal atira e foge. Quem tem o controle territorial é a polícia, é o governo, é o poder público. Não mais o bandido”, afirmou Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro.

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