Satélite alemão que cairá está inativo há 13 anos
Foto: AP
Depois da queda do satélite americano UARS, no último dia 24, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) confirma que outro satélite - do tamanho de um automóvel e com o peso de 2,4 t - está prestes a sair de sua órbita e cair na Terra.
O satélite alemão Rosat, criado para a observação de raios-x, deve entrar na atmosfera entre os dias 22 e 23 de outubro a uma velocidade de 28 mil km/h, segundo o Centro Alemão Aeroespacial (DLR, na sigla alemã). Astrônomos afirmam que grande parte do telescópio será queimada durante sua entrada na atmosfera, mas calculam que cerca de 30 pedaços do objeto, com um peso total de 1,7 t, podem cair na Terra.
O momento e o local da entrada na atmosfera não podem ser calculados com precisão em função das variações da atividade solar - com a atmosfera aquecida, aumenta o atrito do satélite com as moléculas de ar, processo que interfere na entrada do satélite. A ESA e outras organizações espaciais estão monitorando a trajetória do objeto e os pontos ainda suspeitos de receberem os destroços.
A estimativa inicial dos funcionários do DLR é que objeto caia na Terra entre 53 graus de latitude norte e 53 graus de latitude sul. A probabilidade de alguma peça atingir uma pessoa na Terra é baixa - uma em 2 mil (chance maior que a do satélite que caiu em setembro, de uma em 3,2 mil).De acordo com astrônomos da Nasa, desde o início da era espacial não se confirmou nenhum caso de pessoa ferida por um objeto espacial em seu retorno ao planeta.
O satélite que retorna
A missão Rosat, liderada pelo Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, em cooperação com a Nasa e o DLR, permitiu que ocorresse um avanço no mapeamento extensivo do universo e do estudo de fontes de raios-X no espaço. O satélite alemão, que completa uma volta no planeta a cada 90 minutos, foi lançado em 1990, no Cabo Canaveral, na Flórida, para procurar buracos negros e estrelas de nêutrons.
Depois de oito anos, o equipamento ficou inutilizado. Cientistas não têm certeza do motivo, contudo, acreditam que o objeto pode ter sido infectado com um vírus de informática ou teria tido queimaduras provocadas pela exposição direta ao Sol. Assim, a estrutura encontra-se em órbita, sem utilidade, há 13 anos.
Os técnicos informam que o Rosat foi concebido para se desintegrar em 30 grandes peças e sublinham que uma delas, de cerca de 1,6 t, poderá resistir à entrada na atmosfera, o que deixa em alerta as autoridades de países onde ele possa vir a cair.
Mais preocupação com lixo
A queda alerta, de novo, para a necessidade de se realizar uma limpeza no espaço. Após a vida útil dos equipamentos espaciais, eles são desativados e ficam vagando pelo espaço até que a velocidade baixe muito e a força gravitacional os atraia para o planeta.
Para solucionar o problema do lixo espacial, que além das quedas pode provocar choques com aparelhos operantes, é preciso que as agências se responsabilizem pelos artefatos sem uso. A pesquisadora Thais Russomano, coordenadora do Centro de Microgravidade da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), diz que já existem planos para que os responsáveis por terem colocado os satélites (ou outros objetos) em órbita - ou tenham produzido lixo cósmico de outras formas - realizem o processo de limpeza. Mas não há prazos nem lei para isso ainda, afinal o custo desta "faxina" ainda é muito alto.
Pesquisadores já alertaram que chegamos a um ponto crítico de lixo. Porém, as soluções exigem decisões políticas que envolvem altos valores financeiros. Explodir tudo lá em cima pode agravar ainda mais o problema, pois vários componentes - grandes e pequenos -, bem como a poeira originada na explosão, também ficariam orbitando o planeta.
Com informações das agências internacionais.
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