Em queda: Tempo frio ajuda a diminuir o número de casos de dengue; prefeituras dizem manter ações preventivas |
Sul Fluminense
As principais cidades da região Sul Fluminense registram nos primeiros sete meses do ano 21.098 notificações e 3,096 mil casos confirmados de dengue. Em Volta Redonda e Angra dos Reis, o problema chegou a ser tão grave que foi declarado estado de epidemia.
Com o período de frio, entretanto, os casos de dengue diminuíram, enquanto as secretarias de Saúde dos municípios declaram que um número significativo de focos foi encontrado dentro de terrenos e casas, mesmo que o número de agentes seja considerado insuficiente na maioria das cidades.
Conforme explicou o coordenador de Vigilância e Saúde Ambiental de Barra Mansa, Antônio Marcos Rodrigues, é normal a redução de casos nesta época do ano, mas que mesmo assim é preciso manter-se em alerta. Ele explicou que os ovos são microscópicos e, uma vez depositados, eles sobrevivem até 450 dias sem água. Isso significa que os ovos depositados agora podem resistir ao período de estiagem e eclodir no verão.
Além disso, o percentual das larvas que nascerem com o vírus da dengue é grande: se a fêmea estiver contaminada com o vírus, 100% dos ovos que ela depositar também estarão infectados. Por conta disso, a atenção deve ser redobrada mesmo nos períodos mais secos.
- Até dois anos atrás, as estações do ano eram mais definidas, mas, com as mudanças climáticas, as estações passaram a ficar irregulares. Assim como o ser humano se adapta de acordo com o clima e o tempo, o mosquito também procura se adequar aos fatores climáticos e até à temperatura da água - destacou.
Situação em Volta Redonda
A cidade de Volta Redonda registrou até o mês de julho 812 casos confirmados e três mortes. O coordenador da Vigilância Sanitária de Volta Redonda, Rogério Silva, disse que a cidade é atendida por 106 agentes disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde, mais os 391 agentes comunitários de Saúde - número que segundo ele, é suficiente para realização do trabalho.
- Atuamos em parceria com a Estratégia de Saúde da Família, desenvolvendo também o trabalho de orientação e eliminação dos focos - destacou.
Sobre a mobilização da população, a gerente técnica de combate a dengue, Maria de Fátima Arantes, afirmou que continuam sendo realizadas as visitas pelos agentes de controle de endemias e comunitários de saúde. Segundo Maria de Fátima, tem sido feito o atendimento a reclamações, monitoramento de pontos estratégicos com visitas quinzenais e implementado o LIRAa, (Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti) - que é realizado em todo final de ciclo, a cada dois meses.
- Durante o LIRAa, são verificadas as localidades com maior número de infestação e o índice geral do município. Nosso próximo LIRAa vai acontecer a partir de segunda-feira (amanhã) - ressaltou.
Angra pretende diminuir índice
A principal cidade da região da Costa Verde registrou 942 casos confirmados de dengue. O município conta com 99 agentes para a realização do trabalho de combate à doença. Segundo Maricelma Datore, presidente da Fusar (Fundação de Saúde de Angra dos Reis), a dengue é uma doença endêmica no município e, para que ela possa ser prevenida, uma das medidas preventivas de grande importância é o controle e combate do Aedes aegypti. Para isso, a Diretoria de Vigilância Ambiental vem adotando várias estratégias, durante todo o ano.
Dentre as ações implementadas estão as visitas domiciliares, o carro fumacê e os mutirões nos bairros e nas localidades onde o LIRAa identificou maior número de notificações.
- Temos utilizado uma armadilha para a ovipostura, as ovitrampas. A inspeção das armadilhas é semanal, e elas são encaminhadas para exames em laboratório e substituídas por outras - explicou.
Barra Mansa teve 75% dos focos em casas
O setor de epidemiologia de Barra Mansa registrou até a última semana de julho 807 casos de dengue clássica, 21 de dengue hemorrágica e três mortes em decorrência do agravamento da doença.
O coordenador de Vigilância e Saúde Ambiental do município, Antônio Marcos, destacou que a cidade conta com 55 agentes de saúde. Segundo ele, o número ainda é insatisfatório.
Conforme destacou o coordenador, o trabalho de orientação e vistoria tem ocorrido paralelamente à ação de retirada de entulho das localidades onde foi registrado maior índice de focos.
- Em semelhança ao que ocorreu em várias cidades do estado do Rio de Janeiro, Barra Mansa registrou que 75% dos focos estavam nas residências, por isso estamos incentivando a população a retirar entulhos e objetos - disse.
Segundo o coordenador a ação pretende evitar que no verão a incidência de casos de dengue seja tão grave como foi este ano.
A Vigilância tem implementado palestras e ações educativas nas escolas, unidades básicas de saúde, empresas e associações de moradores visando conscientizar a população. O trabalho de monitoramento tem sido executado considerando pontos estratégicos: oficinas mecânicas, borracharias, ferros-velhos, transportadoras e cemitérios, entre outros locais.
- Em maio tivemos 631 casos notificados, e em junho o número caiu para 115. Em julho a queda foi ainda mais considerável, sendo apenas 18 casos notificados. Precisamos, porém, atuar para que nos próximos meses não tenhamos uma situação dramática - finalizou.
Confira a matéria na íntegra na edição impressa do DIÁRIO DO VALE deste domingo (31)
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