A tropa de choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro retirou, à força, estudantes que ocupavam a Secretaria estadual de Educação.
A ação foi de madrugada e sem um pedido de reintegração de posse. Muitos alunos saíram carregados. A Polícia Civil está investigando agora o que teria acontecido lá dentro.
Quatro e meia da manhã. O Batalhão de Choque chega à sede da Secretaria estadual de Educação. E surpreende os alunos que ocupavam o prédio desde sexta-feira (20) à tarde.
Do lado de fora, os PMs empurram o portão. Lá dentro, os estudantes tentam evitar a entrada dos policiais.
Até que um PM joga spray de pimenta. E a tropa arromba o portão.
Os estudantes são jogados para fora.
Um rapaz perde os sentidos e fica caído no chão. Outro sai carregado e inconsciente.
“A gente só falou: ‘A gente não vai sair’, e sentamos no chão. A gente não tacou pedras, não tacou pau, a gente não fez nada. A gente só ficou parado. Aí, eles chegaram assim: mata-leão, spray de pimenta na cara. Isso é a polícia que a gente quer?”, reclamou o estudante Henrique Barreto.
Na noite de sexta-feira (20), os estudantes se reuniram com o secretário de Educação. O vídeo do encontro foi publicado na internet pelos alunos.
Eles pediram melhorias na estrutura das escolas e mudanças, como a eleição direta pra diretores e fim de um sistema de avaliação.
Também disseram que foram agredidos por seguranças na entrada do prédio, e queriam garantias de que não haveria violência na saída.
O secretário respondeu: “Não é prática nossa fazer qualquer tipo de violência, não é a prática recomendada. Até porque você viu que tanto que vocês até entraram”.
A secretaria informou que houve acordo e os estudantes concordaram em sair. Mas que, depois, eles mudaram de ideia e pediram um encontro com o governador em exercício, Francisco Dornelles.
Representantes da Defensoria Pública e da Ordem dos Advogados do Brasil denunciam que não havia uma ordem judicial para a reintegração de posse.
O governo do estado divulgou que usou um mecanismo, previsto no Código Civil, que autoriza a retomada da posse para a proteção do patrimônio público e dos funcionários da Secretaria de Educação.
O governo do estado divulgou que usou um mecanismo, previsto no Código Civil, que autoriza a retomada da posse para a proteção do patrimônio público e dos funcionários da Secretaria de Educação.
A Polícia Militar afirmou, em nota, que todos os mecanismos de negociação foram esgotados e que foi necessário o uso progressivo da força para que a sede da Secretaria estadual de Educação fosse desocupada.
O novo secretário de Educação, Wagner Victer, assumiu o cargo há menos de uma semana, no meio da crise na rede estadual.
Os professores estão em greve há 80 dias. E mais de 60 escolas estão ocupadas por alunos.
Os professores estão em greve há 80 dias. E mais de 60 escolas estão ocupadas por alunos.
No começo da noite deste sábado (21), policiais fizeram uma perícia no prédio da Secretaria estadual de Educação.
Em outros estados, escolas também foram ocupadas.
No Rio Grande do Sul, 150 unidades estão ocupadas há 11 dias – 30 só em Porto Alegre. O governo estadual declarou que está negociando com os alunos. Eles pedem a contratação de professores e de funcionários.
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