Por 55 votos a favor e 22 contra, Senado admite processo de impeachment contra Dilma Rousseff

Depois de um intervalo turbulento de um ano e meio, com idas e vindas dignas de uma novela, Dilma Rousseff não é mais a presidente da República do Brasil. O placar de 55 votos a favor e 22 contra retira quaisquer esperanças de reverter o processo.
Numa sessão de mais de 20 horas, terminada às 6:38 da manhã deste dia 12 de maio, a votação da admissibilidade do processo de impeachment precisava de apenas 41 votos favoráveis para que a presidente fosse afastada por 180 dias. No entanto, o placar de 55 votos foi muito significativo. Afinal, para se obter 2/3 do Senado, suficientes para o afastamento definitivo da presidente, seriam necessários 54 votos.
Agora, Michel Temer, o vice-presidente, assume, de fato, a presidência da República. Dilma Rousseff ainda terá até 180 dias para apresentar sua defesa perante o Senado, podendo até mesmo ser interrogada a respeito dos crimes de responsabilidade fiscal pelos quais foi afastada.
Ou seja, a votação ainda não é definitiva. O que houve hoje foi a admissibilidade do processo perante o Senado, que precisava de 41 votos. Em até 180 dias será feito o julgamento definitivo do impeachment, que requer 54 votos favoráveis para sua aprovação.
Novo governo
Dilma Rousseff seguirá, agora, habitando o Palácio do Alvorada, onde terá direito aos vencimentos como presidente e assessores, como anunciado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, ao final da sessão.
A esperança dos petistas é que o governo Temer tenha problemas para que o número de votos caia abaixo de 54 e Dilma continue. No entanto, o governo Temer mostra força, já no início. A grande adesão do parlamento, tanto na Câmara quanto no Senado, indicam que o novo governo terá força para conseguir governar com o apoio do Legislativo.
A proposta do governo Temer é ser de coalizão, englobando todas as principais forças oposicionistas do país, mas deixando de fora os aliados habituais do petismo. Mostra disso são os “ministeriáveis”, com indicações de partidos como o próprio PMDB, além de PSDB, DEM, PP, PV e PR.
Temer ainda anunciará ministros e seu plano de governo. Espera-se, contudo, forte atuação na redução do tamanho do estado, como diminuição do número de ministérios de 32 para 22, por exemplo.
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