Ministro decidirá se aceita pedido de investigação feito por Janot contra o senador tucano por suposto envolvimento em esquema de propina em Furnas; acusação foi feita por Delcídio
Senador Aécio Neves (PSDB-MG) nega envolvimento em esquema criminoso em Furnas
O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes vai ser o relator do pedido de abertura de inquérito contra o presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), por suposto envolvimento no esquema de corrupção de Furnas. Já a investigação sobre o envolvimento no caso do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) será analisada pelo ministro Dias Toffoli.
Cabe aos relatores definirem se há elementos suficientes para autorizar a abertura dos inquéritos. Se isso acontecer, os dois políticos começam a ser formalmente investigados no STF.
Na terça-feira (10), o ministro Teori Zavascki considerou que os pedidos de investigação contra Aécio e Cunha no caso ligado à estatal de energia não possuem conexão com a Lava Jato. Como considerou não haver a chamada prevenção, ele pediu, então, que os pedidos fossem redistribuídos. A distribuição dos processos foi feita por sorteio eletrônico.
Pedido de abertura de inquérito contra Eduardo Cunha será relatado por Dias Toffoli
Suspeita
Os pedidos de investigação contra Aécio e Cunha foram feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base na delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS).
Os pedidos de investigação contra Aécio e Cunha foram feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base na delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS).
Sobre Aécio, Delcídio afirmou que, "sem dúvida", o tucano recebeu propina em um esquema de corrupção na estatal. De acordo com o delator, o caso envolvia inclusive as mesmas empreiteiras investigadas na Lava Jato.
Os dois negam envolvimento no caso. Aécio afirma que a delação de Delcídio é só de ouvir dizer. Já Cunha, diz que Janot é "seletivo" ao envolvê-lo em novas linhas de investigação.Já em relação a Cunha, Janot aponta que ele é um dos líderes de uma "célula criminosa" que teria atuado em Furnas.
Há também pedido para abertura de um segundo inquérito contra Aécio sobre sua atuação para maquiar dados obtidos no Banco Rural pela Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios, que foi presidida por Delcídio.
Cunha já é réu em um processo no Supremo, além de ser alvo de uma outra denúncia, três inquéritos e outros pedidos de investigação.
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