Após a presidente Dilma Rousseff classificar de "golpe em curso" o processo de impeachment que tem ela como alvo na Câmara dos Deputados, líderes da oposição no Congresso e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), repercutiram a fala da petista.
Dilma deu a declaração durante ato organizado no Palácio do Planalto para que dezenas de profissionais do meio jurídico manifestassem apoio ao governo e se posicionassem contra a tentativa de afastá-la da Presidência. Ela disse que "jamais" irá renunciar ao mandato.
Para o presidente do Senado, o processo de impeachment pode ser “uma coisa normal”, mas um impedimento sem a comprovação de um crime de responsabilidade deve receber outro nome.
“Eu acho que o impeachment, em circunstância normal, é uma coisa normal. Mas é bom que as pessoas saibam e a democracia exige que nós façamos essa advertência, que para haver impeachment tem que haver a caracterização do crime de responsabilidade da presidente da República. Quando o impeachment acontece sem essa caracterização, o nome sinceramente não é impeachment, é outro nome", disse Renan.
Questionado, então, sobre se o impeachment sem crime de responsabilidade seria "golpe", Renan desconversou: "Quando não há caracterização do crime de responsabilidade, não é impeachment, o nome deve ser outro, não é impeachment. É por isso que nós precisamos ter responsabilidade com o Brasil e com a democracia”.
Além do presidente do Senado, parlamentares de oposição também comentaram a fala da presidente Dilma. Para o líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), a ação que pede o afastamento da presidente é "protegida pela Constituição" e, por isso, "não vai ter golpe".
"Eu concordo com a presidente, não vai ter golpe. E ela disse que não ia ter golpe. Não vai ter golpe porque a nossa ação é protegida pela Constituição Federal e a lei que rege um processo de impeachment. A presidente cometeu crime de responsabilidade fiscal e a punição é a cassação, dentro da norma constitucional. Portanto, concordo com a presidente que não vai ter golpe. Não tem outro nome, é cassação pela via da Constituição", disse.
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), foi outro a negar que haja uma tentativa da oposição de dar um "golpe" no governo Dilma.
"Não vai ter golpe. Provavelmente terá impeachment e tudo aquilo que está dentro da Constituição é absolutamente, por razões óbvias, legal. Esse é um discurso político de quem percebe que já não tem mais apoio da população, não tem mais apoio político e cometeu os crimes de responsabilidade, que vão gerar o afastamento do mandato", disse o tucano.
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