Trabalhando em tempo dobrado essa semana, o Barry Allen de Grant Gustin viajou entre dimensões para ajudar Kara a salvar National City no episódio de ontem de Supergirl (veja aqui), e voltou no tempo para conseguir uma peça crucial de tecnologia do antigo e vilanesco Harrison Wells no episódio desta terça-feira (29) de The Flash.
Deve ter sido cansativo mesmo para um super-herói, mas “Flash Back” (2×17) se pareceu mais com um episódio filler incrementado com um acontecimento menor, porém importante, do que com qualquer outra coisa. O problema que os críticos do AVClub e do Collider apontaram é basicamente o mesmo: viajar para o passado para recuperar a fórmula do acelerador de táquions de Harrison Wells não é uma boa ideia.
No passado da série, vimos que viagem temporal sempre teve alguma consequência perigosa para todo o time e para as circunstâncias da linha do tempo na qual nossos personagens vivem – e o problema não é exatamente esse, porque recorrer a uma ideia perigosa não é exatamente novidade em The Flash, e Barry está obviamente desesperado para descobrir como ficar mais rápido e derrotar o Zoom.
Ao invés disso, o problema é basicamente que, em “Flash Back”, tudo dá muito certo e de forma muito fácil para Barry. As mudanças que ele faz na linha do tempo em sua maioria tem a ver com Hartley Rathaway, o Flautista, e a consequência na verdade é boa: na nova versão trazida à vida pelas interferências de Barry no passado, o Rathaway é um criminoso reabilitado que tem um relacionamento bem mais próximo com o Time Flash, inclusive os ajudando a lidar com o Espectro Temporal, que estava causando problemas para Barry e foi praticamente a única fonte de conflito de todo o episódio.
A jornalista do Collider notou que The Flash parecia ansiosa demais para se divertir com as possibilidades de uma visita às versões dos personagens que vimos na primeira temporada, e com tempo de menos para fazer nossos heróis se questionarem em coisas importantes, como: será que devemos salvar Eddie? Avisar a nós mesmos sobre as verdadeiras intenções de Wells? Ao se recusar a se engajar com essas questões éticas importantes que ajudariam a estabelecer melhor as regras da viagem no tempo de The Flash, a série fica só com as consequências emocionais do episódio.
A mais ressonante é, obviamente, a “mensagem de aniversário” que Barry pede para o ainda vivo Eddie gravar para a futura Iris. Esse momento foi fundado na história que compartilhamos com esses personagens, e no quanto vimos Iris lutar para seguir em frente sozinha desde então. Pode não ter sido sutil fazer Eddie dizer “você não precisa de mim, você pode fazer tudo sozinha”, mas foi tremendamente eficiente. Quando viagem ao passado é feita da forma certa, especialmente se estamos visitando os mesmos personagens que acompanhamos no tempo presente, o que acontece é que adquirimos uma nova perspectiva sobre esses personagens e quanto neles mudou e as circunstâncias que os moldaram.
Nesse sentido, “Flash Back” é um excelente episódio, também com Barry confrontando o antigo Harrison Wells já sabendo de sua traição. O lado vilanesco do personagem aparece, é claro, para Tom Cavanagh poder se divertir um pouco, mas a jornada aqui é essencialmente a de Barry confrontando as marcas que Wells deixou nele, especialmente aquela noção que vem o assombrando durante a temporada de que ele nunca poderá ser feliz se continuar sendo o Flash.
Em muitos sentidos, como apontou o crítico do AVClub, “Flash Back” se parece muito mais com um filler agradável do que com um episódio crucial para a trama da temporada, mesmo que Barry dê um passo importante à frente na missão de derrotar o Zoom.
Graças ao calendário da CW, o finale da temporada ainda está a alguns meses, e seis longos episódios, de distância. Mesmo assim, talvez seja a hora de, na tradição do seu herói, acelerar um pouco as coisas em The Flash.
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