O ministro Lula, da Casa Civil da Presidência da República, nem bem teve o nome confirmado no cargo nesta quarta-feira (16) e já começou a articular para devolver ao governo a maioria do Congresso Nacional. O primeiro gesto de Lula foi um demorado telefonema ao vice-presidente Michel Temer, que é o cacique maior do PMDB, principal parceiro do PT no comando do País. Os líderes do PMDB haviam declarado no último sábado (12) que o partido não aceitaria mais nenhum cargo cargo no governo Dilma. Depois do telefonema de Lula, o PMDB voltou atrás e já pôs na mesa vários nomes para uma provável reforma ministerial.
E Lula seguiu agindo com uma desenvoltura de líder autêntico. Apontou para a presidenta Dilma áreas sensíveis, que precisam mudanças rápidas. A comunicação do Palácio do Planalto será alterada ainda nesta semana. O nome mais cotado para assumir a tarefa é a do jornalista Luiz Nassif. Quem também está deixando o governo é o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que se envolvem numa trapalhada sem tamanho no caso da delação do senador Delcídio Amaral. Para o lugar de Mercadante o nome escolhido é o do ex-ministro Ciro Gomes, um das principais líderes do PDT no País.
Ministro Lula frusta o impeachment
Para os petistas roxos, a ida de Lula para o ministério da presidenta Dilma foi um golpe de mestre: com um jab só ele nocauteou os defensores do impeachment no Congresso e colocou o juiz Sérgio Moro “no lugar dele. Ou seja: um juiz de primeira instância”. Já para a oposição e para o veículo de comunicação mais engajado na deposição da presidenta Dilma, a revista Veja, Lula assumiu o terceiro mandando. E de quebra, aponta a revista, o ex-presidente fugiu do juiz Sérgio Moro .
À margem das críticas e dos elogios, o ministro Lula montou um plano de trabalho que vai atuar simultaneamente em duas frentes: 1) Na política, combatendo as críticas da oposição, reestruturando a base de apoio ao governo no Congresso e oferecendo à população informações mais claras sobre as obras e realizações da presidente Dilma. 2) Na área econômica, o esforço será para conter a inflação, melhor o crédito e estimular o desenvolvimento. O nome chave na cabeça do ministro, e que já foi colocado na mesa da presidente, é o do executivo do setor financeiro Henrique Meirelles, um tucano de carteirinha.
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