O traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, foi condenado nesta quarta-feira (23), a 12 anos de prisão em regime fechado pelo crime de tráfico de drogas pelo juiz Marcel Luna Duque Estrada, da 36ª Vara Criminal da Capital.
Já Anderson Rosa Mendonça, vulgo Coelho, suspeito de chefiar o tráfico no Morro do São Carlos, Zona Norte do Rio, foi absolvido por falta de provas. Os dois eram integrantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA) e se associaram para aquisição, transporte e fornecimento de insumos para produção de cocaína.
Segundo denúncia do Ministério Público Estadual, Nem e Coelho produziam cocaína entre agosto de 2007 e maio de 2009, na favela da Rocinha e no Morro de São Carlos, no Estácio. As investigações da Polícia Civil sobre a facção criminosa ADA revelaram um laboratório de refino da pasta base de cocaína na favela da Rocinha. Diante das constantes operações policiais na comunidade, houve a transferência do laboratório para o Morro do São Carlos, local onde Coelho atuava como chefe do tráfico. Mas as incursões policiais na região obrigaram os traficantes a retornarem à Rocinha. A denúncia também relata que, em 2009, outras duas refinarias foram descobertas na comunidade.
Na sentença, o juiz destaca a liderança criminosa de Nem na Rocinha como um fato notório, cabalmente demonstrado nas provas e nos depoimentos das testemunhas, o que desencadeou em sua condenação.
“Verifica-se que a culpabilidade do réu é intensa, na medida em que ele tinha posição de chefia no grupo criminoso e atuava com desfaçatez e desenvoltura, articulando tramas criminosas por longo período de tempo e sem a preocupação de se expor na comunidade em que vivia, afrontando a todos como marginal declarado”, completou o magistrado.
Com relação a Coelho, o juiz afirma que as investigações comprovaram que Anderson Rosa chefiava o tráfico no Morro do São Carlos ao lado do traficante Rogério Rios Mosqueira, vulgo Roupinol, já falecido. Os dois, juntos com Nem, eram integrantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA). No entanto, o magistrado entendeu que faltaram provas para a condenação de Coelho.
“Não obstante a existência de indícios - até fortes - de autoria, não se pode afirmar sem medo de errar que o réu Anderson participara do crime nos termos da denúncia. Afigura-se in casu imperativa a aplicação do princípio in dubio pro reo, ante a ausência da imprescindível segurança na afirmação da autoria, especialmente em se tratando de crime grave equiparado a hediondo. Portanto, diante da consequente insuficiência de provas, em face da dúvida referida acima, é de ser absolvido o acusado Anderson”, destacou o juiz na sentença.
Atualmente, Nem e Coelho estão na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Os dois foram presos em novembro de 2011, dias antes da ocupação da Favela da Rocinha pelas forças de segurança. A favela possui hoje a maior Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio.
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