O que é esporotricose? Como se pega esporotricose? Esporotricose tem cura, é perigosa?
A esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que atinge animais e seres humanos. É encontrado na natureza, principalmente em plantas ou em terra rica em matéria orgânica.
O fungo é amplamente disperso na natureza, justificando assim a distribuição geográfica cosmopolita da doença.
Este fungo tem sido descrito em todos os países do mundo como um organismo comumente encontrado em vegetais e solo. A despeito de ser micose universal, a esporotricose é bem mais ocorrente em condições climáticas tropical e subtropical.
Este fungo tem sido descrito em todos os países do mundo como um organismo comumente encontrado em vegetais e solo. A despeito de ser micose universal, a esporotricose
FONTES DE CONTÁGIO DA ESPOROTRICOSE
Indubitavelmente, o reino vegetal constitui a maior fonte de contágio, sem predileção por determinado tipo de planta ou vegetação, ou seja, qualquer planta, árvore ou flor de área endêmica é considerada suspeita.
O ser humano tem como principais fontes de infecção os felinos domésticos, vegetais e o solo. Por isso, sua transmissão se dá, geralmente, através de ferimentos com espinhos de plantas, contato com terra ou outros materiais orgânicos contaminados, bicadas de aves, arranhões ou mordidas de gatos infectados.
Os felinos infectam-se pelo contacto com o solo (transmissão dita geofílica, a partir do escavar e encobrir as dejeções com terra, hábito inato dos felinos), com vegetais secos ou em decomposição (locais de afiação ungueal dos gatos), pelas mordeduras e arranhaduras recíprocas (nas brigas e relações amorosas dos felinos).
Afora a transmissão ao homem a partir de felinos, há possibilidade de infecção humana, por força de atividades ocupacionais, e que acomete horticultores, sementeiros, chacareiros, jardineiros, floristas (que se infectam através de espinhos, talos de plantas, palha), ou ainda, de tosadores e tratadores de animais, estudantes de veterinária e profissionais veterinários que são vítimas ocasionais de arranhaduras e mordeduras. Qualquer idade, raça ou sexo podem ser afetados.
COMO ACONTECE O CONTÁGIO DA ESPOROTRICOSE
Normalmente, o fungo Sporothrix schenckii só consegue entrar no organismo quando houver pequenos traumatismos com rompimento da integridade da epiderme. O agente não parece ser capaz de penetrar a pele intacta Entretanto, inalação, aspiração ou ingestão do fungo podem produzir doença.
O S. schenckii pode permanecer localizado no tecido subcutâneo, estender-se localmente aos linfáticos ou, mais raramente, disseminar-se à distância pela corrente sanguínea. A forma que assume a doença é provavelmente determinada pela resposta imunológica do hospedeiro.
Formas disseminadas da doença são menos comuns e podem estar associadas a algum grau de imunodeficiência. Essa micose subcutânea pode disseminar-se em indivíduos imunodeprimidos e também afetar vários órgãos internos e tecidos, mais comumente os ossos, articulações e pulmão.
A EVOLUÇÃO DA ESPOROTRICOSE
A esporotricose tem uma evolução subaguda ou crônica na maior parte dos casos, que costuma afetar a pele e os vasos linfáticos próximos ao local da lesão.
Geralmente é uma infecção benigna limitada à pele, mas há casos em que se dissemina para ossos e órgãos internos.
Na maioria das vezes, a lesão na pele começa como um pequeno caroço avermelhado, que, com o passar do tempo, fica mole, libera uma secreção purulenta e se transforma em uma ferida. Essa ferida, que quase sempre aparece nas mãos, braços ou pernas, pode originar outras, em uma espécie de rastro a partir da lesão inicial.
No ser humano, as feridas da esporotricose são dolorosas. No entanto, em 10% dos casos elas evoluem para cura naturalmente. Na maioria dos pacientes, o tratamento adequado (que consiste no uso de antifúngico por cerca de três meses) resolve o problema.
Bibliografia: Lacaz, C. S. et al. - Tratado de Micologia Médica - 9ª Edição - Editora Sarvier
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