O tema das mudanças climáticas entrou definitivamente na campanha presidencial dos Estados Unidos como um dos assuntos que diferenciam os candidatos Barack Obama e Mitt Romney.
Nesta semana, a Convenção do Partido Republicano oficializou a candidatura de Mitt Romney e lançou sua plataforma política. A plataforma tem um capítulo inteiro sobre recursos naturais (leia aqui, em inglês), mas quem espera ver políticas sobre uso sustentável desses recursos vai se decepcionar. O programa Republicano praticamente não menciona mudanças climáticas, e está mais precupado em atacar a EPA, a agência de proteção ambiental dos Estados Unidos – que tem um papel similar ao do Ibama aqui no Brasil.
Segundo os Republicanos, as políticas de regulamentação da EPA causam prejuízo e destroem empregos. “Nós pedimos ao Congresso uma ação rápida para proibir a EPA de avançar com novas regulamentações de gases de efeito estufa, que vão prejudicar a economia do país e ameaçam milhões de empregos ao longo do próximo século”.
Em resposta às propostas dos Republicanos, Obama passou a colocar as mudanças climáticas na pauta. Nos últimos discursos de campanha que fez, ele condenou céticos do clima, como em Iowa, no dia 28 de agosto: “Negar as mudanças climáticas não irá mudar o fato que as mudanças climáticas existem”.
Apesar de adotar uma postura favorável ao combate ao aquecimento global, o histórico de Obama não indica otimismo. O presidente prometeu aprovar uma lei climática na sua primeira campanha presidencial, mas depois de eleito optou por colocar todas as fichas na reforma da saúde, deixando o projeto para o Congresso – onde nunca avançou para se tornar lei. Além disso, seu governo enfrenta forte pressão de ambientalistas pela proposta de extrair petróleo no Ártico, e muitos acusam seu discurso ambientalista de eleitoreiro – em três anos de governo, por exemplo, a única vez que Obama visitou a EPA foi durante campanha.
Enquanto os americanos não resolvem suas divergências internas, os outros países do mundo esperam uma participação ativa dos EUA nas negociações internacionais do clima. Sem a participação dos Estados Unidos, não há chance de aprovar um acordo contra as mudanças climáticas nas reuniões da ONU.
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