Um grupo de astrofísicos da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, conseguiu registrar os sons de algumas das estrelas mais antigas da Via Láctea, segundo os resultados de um estudo divulgado nesta segunda-feira (6) pela Real Sociedade Astronômica.
A equipe de pesquisadores afirmou que detectaram as oscilações acústicas ressonantes em M4, um dos acúmulos de estrelas mais antigos conhecidos da Via Láctea, com uma antiguidade calculada de 13 bilhões de anos.
Graças aos dados da missão Kepler/K2 da Nasa, iniciada em 2014, os especialistas estudaram a oscilações ressonantes das estrelas para o que usaram a astrossismologia.
Essas oscilações criam mudanças diminutas e pulsos na luminosidade, que são causados pelo som registrado dentro das estrelas. Medindo os tons dessa "música estelar" é possível determinar a massa e a idade de uma estrela.Dita técnica estuda as oscilações periódicas das superfícies das estrelas, que são objetos fluidos, que vibram com certos períodos naturais.
Esta descoberta abre a porta para o uso da astrossismologia para o estudo da história mais recente de nossa galáxia.
"Da mesma forma que os arqueólogos podem revelar o passado escavando na terra, nós podemos usar o som do interior das estrelas para realizar arqueologia galáctica", comparou o professor Bill Chaplin.
A diretora do estudo, Andrea Miglio, da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Birmingham, confirmou o entusiasmo da equipe por ser "capaz de escutar algumas das relíquias estelares de Universo", segundo um comunicado da instituição.
As estrelas estudadas constituem "realmente fósseis viventes que datam da época em que se formou nossa galáxia e esperamos agora poder revelar os segredos de como as galáxias em espiral, como a nossa, se formaram e evoluíram", acrescentou Miglio.
Outro dos autores do estudo, Guy Davies, afirmou que esta conquista proporcionou a prova de que a "astrossismologia pode dar as idades precisas das estrelas mais idosas da galáxia".
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