Descoberto em 2001 por Jonh Holliday e Noah Soule, um cogumelo da espécie Dictyophora foi brevemente mencionado em um estudo e depois aparentemente esquecido por todos. Seu cheiro teria capacidade de causar orgasmos instantâneos em mulheres. Agora, depois de 15 anos, ele passou a chamar atenção depois que o estudo virou notícia em um site sobre ciência.
Muitos cientistas da área, porém, chamaram o trabalho de Holliday e Soule de incompleto e sem referências suficientes.
Ao ver o artigo, Christie Wilcox, da Discover Magazine, decidiu ela mesma encontrar o cogumelo e cheirá-lo. Wilcox escreveu um longo relato sobre sua perseguição ao Dictyophora.
O resumo do trabalho de Holliday e Soule
O trabalho completo sobre o cogumelo não está mais disponível na internet. Tudo o que sobrou dele para o acesso público foi o resumo de apenas um parágrafo. Nele, os dois pesquisadores dizem que um cogumelo laranja ainda sem nome, da espécie Dictyophora, tem fama de ser um potente afrodisíaco feminino quando cheirado.
O resumo também diz que o odor foi testado em voluntários, mostrando resultados significantes em alguns deles. Quase metade das voluntárias do sexo feminino teve orgasmos espontâneos ao serem expostas ao “cheiro fétido” do cogumelo. Isso sugere que ele pode ter componentes semelhantes aos hormônios humanos liberados durante relacionamentos sexuais.
Entrevista com Holliday
Em sua perseguição ao misterioso cogumelo, a jornalista Wilcox entrou em contato com Holliday. Ele, porém, não quis revelar muitas informações sobre o que aconteceu nos últimos 15 anos relacionado ao cogumelo. “Não quero envolver a mim ou à empresa em discussões sobre isso porque é muito importante por vários motivos. Motivos comerciais, científicos”, explicou ele vagamente, sem dizer qual empresa é essa. Ele deu a entender, porém, que é um laboratório farmacêutico conhecido.
O pesquisador estava disposto, porém, a contar como encontrou essa espécie de cogumelo. Holliday disse que o fungo é muito difícil de ser localizado porque tem uma vida muito curta, de quatro a seis horas, desaparecendo no meio da manhã. “Ele vive em um ambiente hostil, com água salgada e cercado por pedras quentes vulcânicas”, descreveu ele.
Ele contou que ouviu falar do cogumelo por acaso. Enquanto estava trabalhando no Havaí, um dia precisou fazer um raio-X. Enquanto esperava pelo exame, conversou com uma técnica da clínica, que perguntou o que ele fazia. Quando contou que pesquisava cogumelos, ela falou sobre esse fungo laranja, e que ela e sua mãe gostavam de sair para procurá-lo nas horas vagas, sem entrar em detalhes sobre os efeitos dele.
Curioso, o pesquisador pediu para que ela lhe ensinasse onde encontrar o cogumelo, e ela apontou o Parque Estadual Lava Tree. Os cogumelos podiam ser encontrados embaixo das árvores Albizia ou Casuarina. Com essas informações, a jornalista partiu para tentar encontrar o famoso fungo.
A busca pelo cogumelo
Christie Wilcox e seu namorado Jake Buehler tinham o prazo de quatro dias para encontrá-lo. Logo no primeiro dia, no Parque Estadual Lava Tree, a dupla pareceu ter encontrado o fungo fálico. Ela então o cheirou e, segundo conta em seu relato, caiu para trás, com reflexos de vômito.
Ela descreve o cheiro como de podridão, fétido. “Foi o pior cheiro que já violou minhas narinas”, diz ela. “Se tivesse que dar um nome ao cheiro, o mais próximo que consigo dar é de sêmen. Mas não sêmen fresco, e sim um que está fermentando ou em decomposição”. Mas a sensação de orgasmo não foi sentida por ela.
Em sua viagem, a jornalista aproveitou para entrevistar especialistas em fungos e em lendas locais para saber se eles poderiam ajudá-la. Nenhum deles, porém, acredita na história do cogumelo afrodisíaco.
Wilcox e seu namorado deixaram a ilha desapontados, sem desvendar o que realmente está por trás do trabalho de Holliday e Soule. E você, acredita que este cogumelo tem o efeito relatado pelos pesquisadores? [Discover Magazine, IFL Science, International Journal of Medicinal Mushrooms]
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