No interior de Minas Gerais, celebrações tradicionais tomaram as ruas de cidades históricas. De madrugada as tradicionais matracas acordaram os moradores de Sabará. O cortejo seguiu pelas ruas estreitas do centro histórico com a imagem de Nossa Senhora das Dores. O trajeto de quase três quilômetros de muitas ladeiras é uma forma de relembrar o sofrimento de Jesus até o calvário.
“A sexta-feira é um dia guardado, um dia de oração, um dia de jejum, um dia de silêncio, um dia de nos penitenciarmos e rever a nossa vida e o presente que Deus nos deu, que é o maior, que é a própria vida”, explica o padre Rogério Messias dos Santos.
Já era manhã quando o cortejo chegou ao topo do morro, na capela de Nosso Senhor Bom Jesus. Na Igreja Católica a Sexta-feira Santa é o único dia do ano em que não são celebradas missas. É um momento de contemplar a paixão e a morte de Cristo. O vídeo mostra a cerimônia de adoração ao Senhor Morto. Os fiéis fazem fila para tocar a imagem de Jesus Cristo no caixão.
A espera começa do lado de fora da Igreja. E quando a vez chega, são alguns segundos para orar, pedir e agradecer.
“Sem a oração a gente não tem nada”, afirma uma senhora.
Muitos levam ramos de alecrim e manjericão. E tem ainda a tradição da troca das moedas.
“Você coloca uma e pega outra de volta. Aí ano que vem a gente vem de novo, põe outra, leva outra. E assim vai”, conta uma mulher.
Outra tradição na Semana Santa são os tapetes coloridos em São João del-Rei.
“Eu olho aqui e até me emociono às vezes”, diz um rapaz.
Em Ouro Preto, à noite, tem a cerimônia do Descendimento da Cruz. E a imagem de Jesus Cristo, feita em madeira, com quase 300 anos, é lavada com cachaça só por homens em Caeté.
“É a fé. Todo mundo que tem fé consegue alguma coisa”, afirma um homem.
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