Na coluna Conversa com a Presidenta desta terça-feira (26), a presidenta Dilma Rousseff enviou uma mensagem sobre a luta pelo fim da pobreza extrema. Em março, com a saída de mais 2,5 milhões de brasileiros e brasileiras da miséria, que faziam parte do Cadastro Único dos Programas Sociais, somam-se 22 milhões de pessoas resgatadas dessa condição nos últimos dois anos.
“Quero compartilhar com todos os brasileiros a satisfação e os novos desafios que esta vitória nos traz. Este será o último grupo de beneficiários atuais do Bolsa Família a sair da pobreza extrema. Isso significa que, agora, cada pessoa de cada família do Bolsa Família terá uma renda superior a R$ 70. (…) Mas a luta não acaba aqui, pois, ao mesmo tempo em que não teremos mais pessoas extremamente pobres no Bolsa Família, ainda há pessoas que, embora com direito ao benefício, permanecem fora do programa e que sequer sabem que têm direito a este benefício”, ressalta.
Confira a íntegra da mensagem
A partir deste mês de março, mais 2,5 milhões de pessoas sairão da extrema pobreza no Brasil, somando 22 milhões de pessoas resgatadas dessa condição nos últimos dois anos. Quero compartilhar com todos os brasileiros a satisfação e os novos desafios que esta vitória nos traz. Este será o último grupo de beneficiários atuais do Bolsa Família a sair da pobreza extrema. Isso significa que, agora, cada pessoa de cada família do Bolsa Família terá uma renda superior a R$ 70. Se a família não tiver renda alguma, cada pessoa receberá R$ 70; se tiver alguma renda própria, pelo trabalho de algum de seus membros, mas essa renda for menor que 70 reais mensais por pessoa, cada um receberá a diferença até que sua renda chegue aos R$ 70 mensais.
As famílias não precisarão tomar qualquer providência para a correção do benefício, pois tudo será automático e o adicional será pago pelo cartão do Bolsa Família. Esse processo já estava acontecendo com os beneficiários do Brasil Carinhoso desde o ano passado. Nesse caso, o Governo assegura renda de R$ 70 a todos os membros de cada família com filhos de 0 a 15 anos de idade. Fizemos isso para combater a face mais cruel da extrema pobreza em nosso país, que atingia, com mais força, as crianças e os jovens. E para protegê-los, precisávamos aumentar a renda de toda a família.
O enorme sucesso do Brasil Carinhoso nos mostrou o caminho e agora estendemos o mesmo benefício para todos as famílias cadastradas no Bolsa Família que ainda estavam na extrema pobreza. Mas a luta não acaba aqui, pois, ao mesmo tempo em que não teremos mais pessoas extremamente pobres no Bolsa Família, ainda há pessoas que, embora com direito ao benefício, permanecem fora do programa e que sequer sabem que têm direito a este benefício. Desde 2011, com um grande esforço de Busca Ativa, já conseguimos localizar 800 mil famílias que estavam nessa situação e as incluímos no Bolsa Família. Mas acreditamos que ainda existam outras 700 mil famílias extremamente pobres a serem encontradas, e encontrá-las é o nosso desafio, um desafio de todo o Brasil.
Vencemos a pobreza extrema visível, e agora vamos atrás da pobreza extrema ainda não mensurada por nossos programas sociais. Num país do tamanho do Brasil, precisamos da ajuda de todos para localizar essas famílias. Contamos com a valiosa parceria das prefeituras e dos estados, ajuda esta que já nos permitiu chegar à vitória atual. Será necessário, mais que nunca, percorrer as periferias das grandes cidades, as comunidades ribeirinhas e extrativistas da Amazônia, o semiárido do Nordeste, as áreas rurais e todos os cantos desse país, identificando as pessoas em situação de extrema pobreza e dando a elas o acesso a todas as ações do Brasil sem Miséria. Por isso, eu digo: o fim da miséria é só um começo, que é seguido com oportunidades de emprego e de empreendedorismo, da casa própria e de mais educação para os filhos.
É esse começo que queremos para todos os brasileiros que estamos tirando da extrema pobreza. Para os adultos, o Pronatec é um ótimo exemplo de começo, com oportunidades de qualificação profissional pelo SENAI, SENAC, Institutos Federais. São cursos de qualidade, pagos pelo governo federal, inclusive lanche e transporte, em mais de 330 tipos de cursos, como pedreiro, azulejista, eletricista, auxiliar de cozinha, camareira, cuidador de idoso, soldador e muitos outros. Para as crianças e jovens, que são nossa maior preocupação, o começo é a oportunidade de frequentar uma boa escola, e atacar a desigualdade na raiz.
Por isso, além de financiar a construção de creches pelas prefeituras, nós repassamos recursos para ajudar na manutenção dessas escolas. Se a criança da creche for do Bolsa Família, o governo federal vai repassar 50% a mais de recursos. As crianças do Bolsa Família também já representam a maioria dos alunos em mais da metade das 32 mil escolas públicas que oferecem ensino integral. Portanto, repito, tirar as famílias da miséria é uma grande conquista, mas precisamos fazer mais, e continuar dando oportunidades para que elas melhorem de vida. E estou convicta de que todos trabalharemos com esse objetivo, dos meus ministros, até os servidores ou colaboradores dos menores municípios do Brasil, pois este é o desejo de todos os brasileiros e de todas as brasileiras.
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