José Maria Marin e Maluf: ao lado da ditadura
O nome do
torturador veio a tona no dia 17 quando o deputado federal Jair Bolsonaro
(PSC/RJ) fez uma homenagem durante o voto que ajudaria a dar prosseguimento ao
processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Senado. Mas o que pouca
gente sabe é que Bolsonaro não é ou foi o único a defender o coronel Carlos
Alberto Brilhante Ustra. Morto há um ano, o coronel que violentava prisioneiras
e determinava a violação de seu corpo com o uso de animais roedores foi
defendido também, na figura de testemunha de defesa, por Michel Temer. O atual
vice-presidente, sobre quem recai a pecha de traidor da presidenta por defender
sua destituição, foi arrolado para testemunhar a favor de Ustra ao lado de
Paulo Maluf e do ex-presidente da CBF, José Maria Marin - que foi preso nos EUA
por envolvimento em recebimento de propina. A notícia foi divulgada pelo
jornalista Daniel Mazola, na Tribuna da Imprensa Online de dois de abril de
2014. O texto é reprodução do original. Leia abaixo.
Localizamos
o elo desses proeminentes canalhas! Onde estariam elencados, lado a lado, os
nomes de José Maria Marin, presidente da CBF, do Comitê Organizador Local da
Copa do Mundo e último governador de São Paulo durante a ditadura militar;
Paulo Salim Maluf, notório político da Arena, duas vezes prefeito de São Paulo
e atual deputado federal pelo Estado; e Michel Temer, ex-titular da pasta de
Segurança Pública do Estado de São Paulo, seis vezes deputado federal pelo PMDB
e atual vice-presidente da República?
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também:
Os três
proeminentes nomes da política nacional constam arrolados como testemunhas de
defesa do coronel reformado Carlos Alberlto Brilhante Ustra. O caso tramita na
9a vara criminal da Justiça Federal de São Paulo, e refere-se à denúncia pelo
sequestro de Edgar de Aquino Duarte, apresentada pelo Ministério Público em
outubro de 2012. Edgar ficou preso ilegalmente tanto nas dependências do
Destacamento de Operações Internas do II Exército (Doi-Codi) quanto no
Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops-SP), até meados de
1973.
Em 2008, o
Coronel Ustra foi declarado como "torturador" em inédita decisão
expedida pela 23a Vara Civil, e confirmada em 2012 pelo Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo. Ustra foi responsabilizado pelas torturas cometidas no
Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa
Interna (DOI-Codi) que comandou entre setembro de 1970 e janeiro de 1974.
Segundo
consta no acompanhamento processual do site da Justiça Federal de São Paulo, as
testemunhas de defesa de Ustra no caso de Edgar de Aquino Duarte já teriam sido
ouvidas, e uma nova audiência de instrução e julgamento está marcada hoje, 2 de
Abril, às 14h. O que teriam dito nos autos as proeminentes figuras arroladas em
defesa de Ustra?
Em tempo:
realizou-se no dia 31 de março, um ato de repúdio (ou escracho) em frente à
casa do judicialmente declarado torturador.
DITADURA
NUNCA MAIS
Cerca de
mil 1500 pessoas participam da manifestação ontem no centro do Rio de Janeiro.
A maior parte do tempo ficaram concentrados nas imediações do Clube Militar,
desde as 17h. A manifestação, claro, foi contra o Golpe Militar-Civil-Empresarial
apoiado pela CIA, que completa 50 anos. No mesmo momento muitos Professores da
Rede Estadual e Municipal de Ensino do Rio, também fizeram uma marcha em defesa
da Educação Pública.
Entre os
milhares que participaram do ato, estavam estudantes, professores,
trabalhadores, partidos políticos, centrais sindicais, movimentos estudantis, e
representantes de diversas entidades. Grupos anarquistas também participaram,
além de inúmeras pessoas contrárias à "página infeliz da nossa história",
como cantou Chico Buarque no samba "Vai passar".
Representantes
da comissão de Direitos Humanos da OAB que estavam na manifestação, criticaram
a forma como a Polícia Militar agiu durante o legítimo e necessário ato contra
as comemorações do Golpe. "O diálogo com a PM hoje foi muito difícil.
Alguns dos policiais se recusaram a informar quem estava no comando da
operação. Todo tipo de informação que tentávamos obter se tornava inviável. Não
conseguimos falar com os detidos e nem ver suas fisionomias. Isso é um
absurdo", afirmou Rodrigo Assef.
De acordo
com os manifestantes, os PMs estavam detendo pessoas sem qualquer tipo de
acusação. A abordagem aos ativistas foi testemunhada por diversos jornalistas e
manifestantes, que classificaram como arbitrária e extremamente truculenta .
Por volta das 19h, bombas de gás lacrimogênio foram lançadas contra
manifestantes que se aproximavam do Clube Militar. O ato foi acompanhado todo o
tempo por policiais não identificados.
Uma série
de escudos que lembravam os utilizados pela repressão, formaram uma linha do
tempo com os fatos ocorridos no período. Um dos escudos destacou o Ato
Inconstitucional nº 5, responsável pelo fechamento do Congresso em 1968.
A trilha
sonora do ato foi: "Pra não dizer que não falei de flores", de
Geraldo Vandré.
♪ Pelas
ruas marchando
Indecisos
cordões
Ainda
fazem da flor
Seu mais
forte refrão ♪
Fonte:http://www.conexaojornalismo.com.br/colunas/politica/brasil/michel-temer-foi-testemunha-de-defesa-do-torturador-brilhante-ustra-73-43672
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