segunda-feira, 2 de maio de 2016

Eles se arriscam para salvar vidas na Síria


Em meio aos bombardeios, médicos se arriscam na Síria para salvar vidas


Na semana passada, um hospital em Alepo foi bombardeado por aviões do ditador sírio Bashar al Assad ou de seu aliado, o russo Vladimir Putin. Quase três dezenas de pessoas morreram, inclusive pacientes e médicos. Um deles, Dr Muhammad Waseem Maaz, era o único pediatra no hospital. Este vídeo mostra o Dr. Maaz andando pelo corredor momentos antes da explosão da bomba. O episódio escancarou as condições duríssimas em que os profissionais de saúde atuam na Síria. Situações como essa, do bombardeio, refletem um risco diário que nem sempre vem a público.
O fotógrafo sírio Bassam Khabieh, da agência Reuters, é um dos poucos jornalistas que vem retratando consistentemente essa realidade. Na semana passada, seu trabalho foi reconhecido com a Medalha de Ouro Robert Capa, o maior prêmio de fotografia de guerra do mundo, que é concedido pelo Overseas Press Club à “melhor reportagem fotográfica que exigiu coragem excepcional” de seu autor.
A reportagem premiada é entitulada “Hospital de campanha em Damasco” (originalmente “Hospital de campanha em Douma”) e mostra cenas de horror dentro da clínica, principalmente logo após um ataque aéreo em 13 de dezembro de 2015. Khabieh também documentou o drama de um bebê que teve de ser tirado prematuramente, aos 8 meses, da barriga da mãe, que morreu após ser ferida com estilhaços em um bombardeio. O bebê sobreviveu em uma incubadora, mas esteve ameaçado por bombardeios posteriores contra o centro de emergência. Enquanto as bombas caíam, conta Khabieh neste depoimento com fotos para o site da Reuters, “o pai do bebê chorava amargamente, dizendo que ele temia pelo futuro da criança recém-nascida”.
Com observa Khabieh, é incrível como os médicos conseguem trabalhar nessas condições tão difíceis, em que, se não bastasse a falta de material, de equipamentos e de mão-de-obra, eles ainda têm de se preocupar em evacuar pacientes durante possíveis bombardeios. Nesta outra reportagem, com fotos igualmente espantosas, Khabieh mostra como a alegria de crianças diante da chegada de um comboio com remédios e comida do Crescente Vermelho (o equivalente à Cruz Vermelha nos países muçulmanos) se transforma em desespero quando os carros de ajuda humanitária são bombardeados.
Só mesmo a coragem de abnegados é capaz de garantir que a população civil da Síria tenha algum tipo de assistência médica em meio à guerra.




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