- Ação seria em resposta à divulgação de vídeo com morte de cristãos egípcios
- No Vaticano, papa Francisco lamenta o motivo que provocou o atentado
- Governo italiano, que acompanha situação na Líbia, sugere intervenção
Da ANSA, da Itália
O Egito anunciou, na madrugada de ontem, que iniciou uma série de bombardeios contra alvos do grupo extremista Estado Islâmico (EI, ex-Isis) na Líbia. Nas últimas horas, foram realizados três ataques, de acordo com fontes locais. Um porta-voz do comando da aviação líbia garantiu que os ataques atingiram alvos do EI e de seu aliado Ansar al-Sharia na cidade de Derna, entre eles um campo de treinamento e um depósito de armas. Ao menos 60 militantes teriam morrido, incluindo três líderes do EI. Os bombardeios também atingiram Bengasi e Sirte.
Os ataques foram iniciados em resposta à divulgação de um vídeo do EI com a decapitação de ao menos 20 cristãos coptas egípcios na Líbia, país que tem sofrido com o avanço dos jihadistas nos últimos dias. De acordo com fontes locais, o EI teria sequestrado mais 35 trabalhadores agrícolas de nacionalidade egípcia.
No entanto, o bombardeio tem sido visto com receio pela comunidade internacional. O presidente da França, François Hollande, afirmou durante um telefonema ao líder egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, que é “importante que o Conselho de Segurança das Nações Unidas se reúna e que a comunidade internacional decida juntamente sobre as medidas para combater o EI”.
Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores do Egito pediu para que todos os países “assumam suas responsabilidades e adotem medidas contra o Estado Islâmico”, o qual representa uma “clara ameaça para a segurança e para a paz internacional”. O Cairo também afirmou que está exercendo seu direito, reconhecido pela ONU, “de defender os próprios cidadãos no exterior”.
Itália
O governo italiano, por sua vez, está preocupado com a situação na Líbia e tem acompanhado de perto o desenrolar dos acontecimentos no país, que já foi colônia de Roma e que concentra centenas de cidadãos da Itália.
O primeiro-ministro, Matteo Renzi, também conversou por telefone com Sisi e destacou que “este não é o momento para uma intervenção militar”. “Fico feliz que não existam divisões no país sobre a condução da política externa. Veremos o que fazer quando chegar o momento ideal. Mas é bom que, diante de uma situação de política externa tão delicada, o país não comece a discutir internamente”, disse Renzi.
Assim como o presidente francês, Renzi sugeriu que os países aguardem uma decisão do Conselho de Segurança da ONU. “Há três anos, a situação na Líbia está fora de controle. Se a comunidade internacional quiser, tem todos os instrumentos para intervir no país. A proposta é esperar o Conselho. A força da ONU é, sem dúvida, maior que as milícias radicais”, comentou.
O ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano, também convocou uma reunião extraordinária sobre imigração e terrorismo, após os acontecimentos na Líbia. Desde sexta-feira (13), o governo italiano está retirando cidadãos do país que vivem na Líbia. O momento de tensão se agravou após o EI fazer um pronunciamento no fim de semana incluindo a Itália em sua lista de inimigos e chamando o chanceler Paolo Gentiloni de “ministro da Itália da cruz”.
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