quarta-feira, 16 de julho de 2014

Bactéria capaz de esterilizar mosquito é esperança no combate à dengue


Bactéria Wolbachia altera sistema reprodutor dos insetos. Mosquitos modificados geneticamente estão sendo testados em áreas do Rio de Janeiro.

Na corrida mundial para erradicar doenças como dengue e malária surgiu uma aliada. Uma bactéria pode ser usada para evitar a transmissão dos vírus.

A bactéria Wolbachia infecta 60% das espécies de insetos. Ela age no sistema reprodutivo dos insetos, fazendo com que, em algumas espécies, os machos e as fêmeas fiquem estéreis. 
Os mosquitos que transmitem a dengue e a malária não são naturalmente infectados pela Wolbachia. Porém, cientistas introduziram a bactéria nesses insetos e conseguiram esterilizar as fêmeas. Com esse resultado, os pesquisadores soltaram esses insetos modificados geneticamente em pequenas comunidades australianas que sofrem com a epidemia de dengue. Nos experimentos, os mosquitos geneticamente modificados povoaram o ambiente e os outros insetos desapareceram, o que contribuiu para diminuir os casos de dengue nas regiões pesquisadas. 
Esse estudo está sendo testado também no sudeste da Ásia e no Brasil. A Fiocruz lidera a pesquisa no estado do Rio de Janeiro com a tentativa de diminuir os mosquitos transmissores da dengue.
No entanto, pesquisadores estão preocupados com um outro resultado que indicou que insetos contaminados pela bactéria Wolbachia acabam sendo organismos mais propícios para a reprodução do vírus da febre do Nilo Ocidental, que causa encefalite. Mesmo assim, a infecção da Wolbachia nos mosquitos transmissores da dengue e da malária pode ser uma alternativa para regiões que sofrem com altos índices das doenças.
O Ministério da Saúde informou que, nos últimos oito anos, os casos de malária caíram 71% no Brasil. Já os casos de dengue caíram 54% em comparação com o ano passado, No primeiro semestre de 2014, foram 600 mil casos contra 1,3 milhão no primeiro semestre de 2013.

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