A Polícia Civil do Rio de Janeiro abandonou na tarde deste sábado a greve que tinha convocado junto com a Polícia Militar e os bombeiros, mas estes mantiveram a paralisação, ainda mais fragilizada. Na Bahia, a greve de policiais militares terminou após 12 dias.
Leia também:
Sindpol-RJ suspende temporariamente adesão à greve
"O movimento é crítico, não estamos diante de uma greve, e sim de uma crise. E falo pela Polícia Civil, não pelos Bombeiros ou pela Polícia Militar. É muito difícil falar de um movimento reivindicatório sem adesão. Por cautela e respeito, a melhor decisão é suspender", disse Francisco Chao, presidente do Sindicato da Polícia Civil e líder do movimento, em coletiva à imprensa.
Cerca de 9.000 oficiais do corpo de investigação foram convocados na madrugada desta sexta-feira para se somar à paralisação, apesar de os líderes não terem informado a porcentagem de policiais que acataram à greve.
As três forças juntas somam 70.000 oficiais.
"Sempre ficou estabelecido (no chamado à greve) que a sociedade não ficaria desguarnecida", completou Chao, que convocou para a próxima quarta-feira uma assembleia de trabalhadores para "deliberar sobre o movimento".
"Estamos suspendendo, não encerrando o movimento. A decisão é dos trabalhadores, não do sindicato", completou.
Os grevistas da PM e os bombeiros realizarão uma assembleia no domingo ou na segunda-feira para decidir o futuro da medida de força, convocada a uma semana do Carnaval e que, segundo o governo, "não teve êxito", segundo disse o governador Sérgio Cabral.
"Foi uma tentativa de greve que não teve êxito porque eles têm consciência do que fizemos e da responsabilidade que têm com os 16 milhões de habitantes do estado", disse o governador, citado pela imprensa neste sábado.
As autoridades agiram rapidamente para sufocar o movimento grevista e em poucas horas prenderam 17 policiais, entre os quais estão dez dos 11 líderes da greve, todos com mandados de prisão decretados.
Além disso, Cabral assinou um decreto para acelerar os processos diciplinares e sancionar mais rápido os oficiais que aderiram à greve: 129 policiais e 123 bombeiros serão submetidos a processos administrativos por faltar ao trabalho.
No Brasil, a polícia e os bombeiros não têm direito a se sindicalizar nem a fazer greve.
A paralisação foi sentida com mais força em cidades do interior do estado, como Campos (norte), para onde o Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi enviado para assumir os trabalhos de vigilância.
Na cidade do Rio, a situação nas ruas foi de normalidade durante o sábado, com a realização de seis blocos de carnaval de rua, que reuniram dezenas de milhares de pessoas.
Na Bahia, os policiais militares colocaram fim neste sábado à tarde a uma greve de 12 dias, que desatou em uma onda de violência com um saldo de 157 mortos, após uma assembleia, informou o site G1 da Globo.
O movimento tinha se enfraquecido após a expulsão na quinta-feira passada da Assembleia Legislativa do estado, tomada por cerca de 200 policiais e vários líderes do movimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário