O exame de corpo de delito concluiu que não houve penetração, mas foi recolhido da vítima um líquido parecido com sêmen. Os peritos extraíram o DNA e o material poderá ser usado em comparações genéticas para identificar o criminoso. A menina estava com uma marca vermelha no pescoço e um ferimento provocado por uma mordida no seio esquerdo, segundo o laudo do Instituto Médico Legal. Os peritos atestaram que a criança tem compleição física e estatura compatível com a idade.
"De acordo com a nova legislação, este tipo de abuso também é enquadrado como estupro, mesmo sem penetração", ressaltou o delegado titular da 15ª DP da Gávea, Fábio Barucke.
A vítima é filha de um porteiro e mora no Jardim Botânico (zona sul). Hoje, ela esteve na Delegacia da Criança e do Adolescente, no centro do Rio, para exames psicológicos. A menina está traumatizada e tem medo de sair de casa, segundo os pais. Além da violência sexual, ela teve os documentos, o celular e pertences roubados pelo agressor.
De acordo com a investigação, o suspeito ficou no ônibus 14 minutos. Em depoimento à polícia, duas passageiras informaram que não notaram nada estranho. O abuso ocorreu quando o veículo trafegava pela Rua Jardim Botânico. Uma mulher que viajava com um fone de ouvido só percebeu que havia algo errado quando o homem passou a mão na sua perna, depois da investida contra a menina. Ela gritou e o agressor desceu do ônibus correndo e quase foi atropelado. O criminoso embarcou no coletivo da linha 546 (Leblon-Rocinha), que seguia em direção à favela.
O motorista e a trocadora prestaram novos depoimentos hoje. O condutor fez um retrato falado do agressor na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil. Como as imagens da câmera de segurança do ônibus foram consideradas ruins, os investigadores percorreram ontem as ruas Bartolomeu Mitre, no Leblon, e Jardim Botânico em busca de imagens das câmeras de segurança de lojas e bancos para facilitar a identificação do suspeito.
A polícia acredita que o criminoso é um assaltante, mas suspeita que ele possa ter cometido outros abusos sexuais. Duas mães serão convocadas para prestar depoimentos na 15ª DP. Elas afirmaram que as filhas adolescentes sofreram violência sexual semelhante dentro de ônibus na zona sul da cidade. Uma adolescente de 16 anos e estudante de uma escola particular sofreu abusos no trajeto da zona sul ao centro do Rio.
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