O Homem do Futuro. Brasil, 011. Direção e roteiro de Claudio Torres. Produção da Conspiração Tatiana Quintela.
Com Wagner Moura, Gabriel Braga Nunes, Fernando Ceylão, Alinne Moraes, Maria Luisa Mendonça. Paramount.
Sou admirador de A Mulher Invisível, o filme anterior de Claudio Torres. Na verdade, ele sempre demonstrou talento em tudo que fez (Traição, o brilhante Redentor e na série da HBO Mandrake), demonstra que herdou mesmo os genes do talento da família: a maior atriz brasileira inconteste Fernanda Montenegro, a irmã supertalentosa Fernandinha e o ilustre pai já falecido Fernando Torres.
Fazendo parte do grupo da Conspiração Filmes, ele retorna agora com um novo projeto igualmente inventivo e ainda mais ousado, já que tem que lidar com efeitos visuais porque o protagonista não apenas contracena com ele mesmo, mas também com um terceiro, ou seja, três vezes Wagner Moura.
A referência mais clara é De Volta Para o Futuro, com quem tem certas semelhanças. Como aquele filme, não é exatamente uma comédia, mas uma ficção-científica (fantasia) com momentos de comédia (um gênero praticamente inexplorado no Brasil).
Wagner faz o cientista Zero, um físico que está procurando uma nova forma de energia e a persegue de forma obsessiva, a ponto de brigar com sua velha amiga e parceira (Maria Luisa Mendonça, mulher do diretor).
Mas ao insistir em experimentar sua nova máquina, acaba fazendo uma viagem no tempo retornando à 1991, quando ainda era nerd, um estudante solitário, com um único amigo e apaixonado por uma colega linda, Helena, que pode ou não estar interessada nele.
Zero resolve então modificar os fatos que o marcaram para o resto da vida procurando um final mais feliz. Os veteranos do gênero já sabem no que vai dar, provocando outras idas e vindas no tempo. Na verdade, acho que quanto menos contar a história melhor para o filme e os espectadores, que poderão se surpreender com as reviravoltas que irão acontecer até o final.
Inclusive com algumas sacadas, eu particularmente achei muito bem utilizadas as locações no teatro Municipal de Paulínia, que passa pela casa de Zero em determinado momento.
Muito bem realizado, o filme traz uma convincente e mesmo surpreendente interpretação de Alinne Moraes (que se dá ao luxo de ser bela e talentosa) e o carisma de Wagner Moura. É legal também a mensagem positiva, de enfrentar e resolver problemas e acentuar a força do amor.
Deixa eu fazer um parêntese: Eu fiquei muito assustado quando vi a interpretação descontrolada de Wagner Moura em Hamlet, no teatro, cheia de tiques e maneirismos que eram dele, e não do personagem. É muito bom ele ir trabalhar atualmente no exterior, onde irá lapidar seu imenso talento e evitar excessos.
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