quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cientistas podem ter explicado o comportamento promíscuo

Uma nova pesquisa mostrou que a consanguinidade pode levar a promiscuidade feminina.

Cientistas assistiram a uma mudança no comportamento de acasalamento quando criaram bichos-da-farinha fêmeas com seus parentes próximos.

Os pesquisadores suspeitam que as fêmeas promíscuas estejam evitando os maus efeitos da endogamia, querendo expor-se a um maior número de espermatozoides. Sendo assim, os resultados ajudam a explicar por que as fêmeas de algumas espécies acasalam com vários machos.

Para as mulheres, o sexo pode ser traumático. Em alguns insetos, a inseminação envolve ferimentos nas fêmeas, e até infecções com micróbios perigosos. Em muitas outras espécies, o acasalamento reduz a expectativa de vida das fêmeas.

Dado que na maioria das espécies, uma única cópula é geralmente suficiente para fertilizar todos os ovos de uma fêmea, elas têm pouco incentivo para acasalar novamente. E, mesmo assim, em muitas espécies, as fêmeas copulam diversas vezes com machos diferentes.

Os novos resultados ajudam os biólogos evolucionistas a explicar esse fenômeno desconcertante.

Criando uma população de bichos-da-farinha (Tribolium castaneum) à beira da extinção, e, em seguida, permitindo que seus números se recuperassem com alguns indivíduos, os pesquisadores americanos criaram populações altamente puras.

Os cientistas descobriram que as fêmeas nestas populações puras eram mais ansiosas para acasalar do que aquelas que não tinham sido forçadas a quase extinção.

Tentando explicar o porquê do acasalamento desenfreado, os pesquisadores mostraram que as fêmeas puras deixaram o dobro de descendentes do que aquelas que acasalaram com apenas um macho.

“É bastante fácil imaginar como a promiscuidade pode se espalhar pela população se as fêmeas promíscuas deixam mais descendentes”, explica o biólogo evolucionista Matthew Gage.

Quando uma população é pura, as chances de acasalar com um macho geneticamente semelhante se intensificam, e apostar no acasalamento com mais pretendentes é uma estratégia sensata.

Gage suspeita que as fêmeas promíscuas acumulem uma grande quantidade de esperma, e selecionem aqueles que são mais geneticamente dissimilares a elas para fertilizar seus ovos. O acasalamento com mais machos dá as fêmeas um intervalo maior de espermatozoides para selecionar.

No entanto, Gage adverte que ele pode não ter testemunhado uma “evolução” de um novo comportamento de acasalamento. Em vez de alterar geneticamente, as fêmeas podem simplesmente ter ajustado seu comportamento às novas condições ambientais. Futuros estudos devem analisar isso mais a fundo.[

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