São Paulo – O grupo extremista Estado Islâmico (EI), que atua majoritariamente na Síria e no Iraque, conta com 400 militantes treinados e prontos para conduzir ataques na Europa. É o que apurou a agência de notícias Associated Press (AP).
De acordo com as fontes ouvidas pela AP, o grupo montou uma rede ágil e conectada de células terroristas e conta com campos de treinamento focados no planejamento de ações contra o ocidente. O alto escalão do EI concedeu, inclusive, autonomia para que definissem o local, o horário e a forma de ataque.

Ataques em Bruxelas

A divulgação dessa informação vem em um momento de preocupação para os países europeus, que se recuperaram da tragédia do início desta semana na Bélgica.
Sua capital, Bruxelas, foi alvo de uma onda de explosões realizadas por militantes do EI em dois pontos: o aeroporto de Zaventem e a estação de metrô de Maalbeek, ambos locais de alta circulação de cidadãos belgas e estrangeiros. Por enquanto, foram registradas 31 mortes e 270 pessoas feridas.

Ligações com Paris

Ao todo, foram identificados dois dos quatro autores dos eventos em Bruxelas, todos relacionados aos atentados em Paris de novembro do ano passado. São eles os irmãos Brahim e Khalid el Bakraui, que se suicidaram aeroporto e na estação, respectivamente.
Os atentados vieram dias depois da prisão de Salah Abdeslam, o francês de 26 anos suspeito de ser a mente por trás dos ataques em Paris em novembro de 2015 e que deixaram mais de 100 mortos. Suspeita-se que os eventos em Bruxelas tenham sido uma espécie de retaliação.
EXAME.com, o Dr. Shiraz Mahez, pesquisador do Centro de Estudos de Radicalização e Violência Política (ICSR) da King’s College (Londres), explicou que a força dos atos traz indícios de que esses foram planejados com antecedência. “Eles mostram a existência de uma ampla e sofisticada rede terrorista na Bélgica e que vai além dos ataques em Paris”, explicou.
A Bélgica se tornou uma peça importante para se entender o aumento das atividades terroristas na Europa nos últimos meses. O país é, entre os europeus, aquele com o maior número per capita de militantes do EI na Síria. “O país conta com duas vezes mais militantes que a França e quatro vezes mais que a Inglaterra”, informou Mahez.