segunda-feira, 2 de maio de 2016

Com sirenes desligadas, 12 cidades do RJ estão vulneráveis a temporais

Barra do Piraí, RJ, receberá 60 sirenes (Foto: Reprodução/TV Rio Sul)Sirenes, como as de Barra do Piraí, RJ, estão desligadas desde março (Foto: Reprodução/TV Rio Sul)
Cento e oitenta comunidades de 12 municípios do Rio de Janeiro estão vulneráveis aos efeitos de temporais que podem provocar deslizamento de terra e de pedra e desabamentos. Desde março, segundo o diretor da Tecal Engenharia Marcelo Matta, as sirenes de alerta e alarme de risco em favelas do estado foram desligadas, como no Morro do Bumba, em Niterói, na Região Metropolitana.
O contrato com o estado expirou em outubro de 2015 e o processo de licitação para a manutenção dos serviços foi interrompido.
“Essas comunidades estão vulneráveis. Não há mais qualquer sistema de alerta de risco funcionando. Isso é muito preocupante principalmente para os moradores. Esse sistema preserva vidas”, destacou o diretor.
O desligamento das sirenes foi divulgado no último domingo (1º), na coluna “Extra, extra!”, do jornal Extra.
“Durante seis meses arcamos com os custos de energia, telefonia celular, rádio, internet, pluviômetros instalados. O contrato já tinha terminado, mas tínhamos interesse no contrato licitatório que estava em andamento. Quando o governo do estado decidiu cancelar esse processo, desligamos o sistema. Não há como continuar prestando o serviço sem um novo contrato, sem receber. O custo de manutenção dos equipamentos, preparação de pessoal e custeio é elevado”, disse Matta, que não revelou valores.
Foram desligados os sistemas de alerta em Niterói, São Gonçalo, Angra dos Reis, Mangaratiba, Duque de Caxias, São João de MeritiQueimadosMagéBarra do PiraíArealBarra Mansa eCachoeiras de Macacu. Segundo Matta, os municípios com mais sirenes de alerta são Niterói (30), Angra dos Reis (25) e Duque de Caxias (18).
Matta lembra que firmou contrato com o estado no final de 2013 e que ao longo de 2014 instalou os equipamentos e treinou os líderes comunitários para as emergências. Até março deste ano, todo mês era realizado uma simulação com os moradores e feitos testes com as sirenes e os sistemas de comunicação. O diretor destaca ainda que enquanto esteve ligado o sistema teve um registro de 98% de operacionalidade e que não foram mais registradas catástrofes naquelas regiões.
Quatro dos 12 municípios que eram servidos pela Tecal estão em conversas com a empresa para reativar o sistema de sirenes de alerta, que estão sem manutenção desde março. Matta destacou que os municípios do Rio e da Região Serrana têm contratos mais antigos, com outras empresas e firmados pelas próprias prefeituras. E por isso, não foram atingidos.
A Secretaria de Defesa Civil do estado informou que a manutenção das sirenes foi suspensa em 25 de abril e que foi proposto aos municípios um comodato, no qual as próprias prefeituras assumissem a manutenção e operação do sistema. Os equipamentos pertencem ao estado e não serão removidos. Nos municípios da Região Serrana (Teresópolis, Petrópolis, Nova Friburgo e Bom Jardim), o sistema continua funcionando.
A secretaria informou ainda que embora as sirenes tenham sido desligadas, o serviço de alerta e prevenção continua sendo realizado pelo SMS disponibilizado gratuitamente eplo governo do estado. Os órgãos de Defesa Civil dos municípios cadastram a população que, em caso de necessidade, recebe o aviso de risco por mensagem.

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