Brasileiro gravou instante em que pedaço de rede é retirado do animal.
Canadense que ajudou raia-manta disse ter tido 'melhor encontro da vida'.
Um video gravado por um brasileiro durante mergulho no litoral da Costa Rica mostra o momento em que uma raia-manta fica diante de um mergulhador e "pede" para que ele retire dela um pedaço de rede de pesca preso em seu corpo. A imagem foi feita no último dia 4 de setembro pelo publicitário Thomaz Monteiro, de 25 anos, de São Paulo (veja vídeo acima).
A gravação mostra o grupo durante expedição próxima à Ilha Morcego, área preservada do país da América Central. Quando estavam a 20 metros de profundidade, o animal marinho, que pode alcançar até oito metros de envergadura e pesar duas toneladas, se aproxima de um deles. É possível observar uma linha presa na parte da frente da raia (peixe da ordem dos batóideos que também é chamado de "arraia").
Segundo ele, a rede de pesca tinha cerca de 1,5 centímetro de diâmetro e deixou ferimentos na raia.Monteiro, que mergulha há 13 anos, afirma que o momento foi “surreal”. “Foi a primeira vez que vi uma raia-manta. Houve uma interação muito profunda entre ela [a raia] e o mergulhador. Depois que a rede de pesca foi retirada, o animal ficou rodeando o grupo por cerca de 30 minutos”, explica o brasileiro.
Quem teve a responsabilidade de ajudar o peixe foi o canadense Brian Thompson. Em entrevista ao G1, ele disse que teve ali o “encontro mais marcante de sua vida”. “Eu senti um amor tão forte por ela e alegria de saber que ela estava livre e poderia aproveitar a vida mais uma vez", explica.
Thompson, que é diretor de Engenharia de uma universidade em Omã, mergulha sempre que pode. Ele conta que durante a viagem pela Costa Rica, ajudou outros dois exemplares de raias que também tinham objetos presos a seu corpo.
As raias-mantas são animais considerados vulneráveis na natureza, de acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza, (IUCN, em inglês). Elas são inofensivas aos humanos e não possuem ferrão, como outras espécies de raias.
Poluição marinha
A gravação chama atenção para um problema grave: a contaminação dos oceanos e o impacto da pesca. Mesmo a Costa Rica, país que virou referência mundial em preservação ambiental, ainda não conseguiu impedir a pesca com redes de arrasto e até mesmo uso de dinamites para capturar atum – peixe que teve uma drástica redução de sua população em diversas partes do globo.
Monteiro afirma que a região onde ocorreu o mergulho fica dentro de um parque nacional. No entanto, segundo ele, a área não está livre de atividades pesqueiras, que deixam resquícios como os pedaços de rede que se agarraram às raias.
Outro problema que tem preocupado cientistas é o despejo excessivo de plástico no mar. Segundo estudos já publicados, até 88% da superfície dos oceanos do mundo está contaminada com lixo plástico que pode impactar gravemente a vida marinha e a cadeia alimentar. Produzido em massa para brinquedos, sacolas, embalagens de alimentos e utensílios, os itens de plástico chegam aos mares arrastados pela água da chuva
Pesquisadores avaliam que a quantidade total de plástico nos oceanos do mundo - entre 10 mil e 40 mil toneladas.
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