Todo homem tem uma glândula que fica na
parte baixa do abdômen e recebe o nome de
próstata. É ela que produz parte do sêmen,
que é liberado durante o ato sexual. O problema
é que muitos homens sofrem de câncer de próstata.
No Brasil, ele é o segundo mais frequente em
pessoas do sexo masculino, ficando atrás
apenas de câncer de pele.
A maioria dos acometidos tem mais de 65 anos
de idade e, como alguns desses tumores crescem
de forma rápida e espalham-se por outros órgãos,
é necessário que os homens fiquem atentos e vão
frequentemente ao médico para fazerem os exames
necessários. A boa notícia é que o Brasil desenvolveu
uma vacina que está obtendo bons resultados
e pode ser uma aliada no tratamento e prevenção
da doença.
VACINA CONTRA CÂNCER DE PRÓSTATA DESENVOLVIDA
NO BRASIL
Uma pesquisa realizada no estado do Rio Grande
do Sul já deu frutos bastante promissores. A vacina
desenvolvida foi testada em humanos e obteve
uma resposta eficaz, melhor do que uma
medicação que já está sendo usada nos
EUA desde 2010. ”Obtivemos taxas espetaculares
de redução da doença e de diminuição da mortalidade
por câncer de próstata”, disse à Agência Efe
o pesquisador Fernando Kreutz, responsável pela
pesquisa e dono do FK Biotec, o laboratório com
sede em Porto Alegre que patenteou a vacina.
O laboratório pretende lançar a vacina em no máximo
três anos. Ela atua estimulando o sistema imunológico
e ajudando a identificar e eliminar as células
cancerígenas. De acordo com o responsável por
essa inovação, embora o ponto de partida para
a pesquisa e elaboração de produtos tenha sido
o câncer de próstata, os cientistas acreditam que
a mesma vacina possa ser usada para outros tratamentos.
Eles já começaram a fazer estudos usando a vacina
no tratamento de câncer de mama, de pâncreas,
de intestino e melanoma. Embora o número de
pessoas tratadas tenha sido pequeno e ainda não
possa dar uma resposta eficaz para a eficiência do
uso ou não no tratamento de outras doenças, um
dos indivíduos tratados impressionou aos pesquisadores.
Era um paciente com câncer de pâncreas que teve
uma resposta clínica parcial.
Como o fármaco foi criado?
Para elaborar essa vacina os pesquisadores usam as
células do tumor do próprio paciente. É feita uma
coleta do tumor de cada um dos tratados e elaborada
a vacina especial. Essa, depois de elaborada e aplicada,
estimula o organismo a entender que as células
tumorais são intrusas que não deveriam estar no corpo.
Com isso, o organismo começa a combatê-las e a
eliminá-las. Como visto, trata-se de uma vacina
para tratamento e não para prevenção da doença.
Para ter a certeza de que essa técnica era realmente
eficaz, um primeiro estudo foi realizado utilizando
107 pacientes com câncer de próstata diagnosticado
e em estado avançado. Todos já tinham sido submetidos
à cirurgia ou retirado a próstata. Além disso, foram
acompanhados por cinco anos depois de vacinados.
O resultado foi bom, pois 85% dos pacientes
vacinados não possuíam mais o PSA cinco. Já os
não vacinados e apenas submetidos aos outros
tratamentos apenas 48% não possuíam mais o PSA.
A mortalidade dos vacinados foi de 9% enquanto
a dos não vacinados chega a 19%.
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