Carla Araújo, da Agência Estado
SÃO PAULO - Apesar da recente desoneração de alguns itens que fazem parte da cesta básica, os preços do conjunto de alimentos essenciais continuaram a trajetória de alta e subiram em março em 16 das 18 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza, mensalmente, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica.
São Paulo continuou a ser a capital com o maior valor para a cesta básica (R$ 336,26). Em março, sete dos 13 itens que compõem a cesta paulistana, apresentaram elevação: tomate (15,68%), feijão (9,89%), farinha de trigo (5,56%), batata (3,94%), pão francês (1,69%), leite in natura integral (1,16%), e manteiga (0,26%). Outros seis itens tiveram queda no período: óleo de soja (-3,43%) açúcar refinado (-2,34%), café em pó (-2,10%), arroz-agulhinha (-1,98%), banana nanica (-1,84%) e carne bovina (-0,82%).As maiores elevações, de acordo com o levantamento, foram apuradas em Vitória (6,01%), Manaus (4,55%) e Salvador (4,08%). As duas capitais que apresentaram queda foram Florianópolis (-2,25%) e Natal (-1,42%).
Na comparação anual, apenas o açúcar refinado (-1,42%) teve recuo nos preços. Assim como no mês anterior, quatro dos outros 12 produtos da cesta que tiveram aumento, registraram variações acima da encontrada para o total da cesta: tomate (108,06%), batata (96,00%), arroz (30,00%) e feijão (27,80%). Os outros oito itens tiveram alta abaixo do preço médio da cesta: farinha de trigo (22,98%), óleo de soja (19,43%), pão francês (18,09%), café em pó (9,93%), leite in natura integral (8,98%), manteiga (8,37%), carne bovina (5,81%) e banana nanica (3,57%).
Depois de São Paulo, a capitais que registraram maior alta de preços foram Vitória (R$ 332,24), Manaus (R$ 328,49) e Belo Horizonte (R$ 323,97). Os menores valores médios foram apurados em Aracaju (R$ 245,94), João Pessoa (R$ 274,64) e Campo Grande (R$ 276,44).
Carne. A carne bovina, item de maior peso na composição do valor da cesta básica, ficou mais barata em março em 15 das 18 capitais.
As maiores quedas foram registradas em Brasília (-3,97%), Natal (-3,24%) e Goiânia (-3,14%). Houve aumento em três capitais: Florianópolis (4,35%), Rio de Janeiro (2,08%) e Manaus (0,65%). Segundo o Dieese, de modo geral, os preços no varejo podem estar relacionados às reduções do valor da arroba e também à oferta de carnes nos frigoríficos.
O Dieese destaca ainda que a desoneração da carne - um dos cinco itens da cesta básica beneficiados pela medida de redução de imposto do governo federal - influenciou o comportamento de queda de preço do item.
Na comparação anual, no entanto, houve recuo apenas em três localidades: Belém (-3,08%), Porto Alegre (-0,99%) e Curitiba (-0,80%). Neste mesmo intervalo, a carne ficou mais cara em 14 regiões, destacando-se Salvador (17,02%), Florianópolis (14,41%) e Vitória (7,45%).
Acumulado. No primeiro trimestre deste ano, todas as 18 capitais pesquisadas registraram expansão nos preços da cesta básica. As maiores elevações acumuladas no ano foram em Salvador (23,75%), Aracaju (20,52%) e Natal (16,52%). Já Florianópolis (5,97%), Belém (7,47%) e Curitiba (8,65%) tiveram as menores altas.
Em 12 meses, na comparação com março do ano passado (quando o Dieese divulgava a estimativa de preços da cesta básica em 17 capitais, sem os dados de Campo Grande), houve aumento acima de 10% em todas as regiões, com as maiores variações em Fortaleza (32,78%), Salvador (32,63%) e João Pessoa (28,01%). As menores variações foram verificadas em Belém (19,09%), Curitiba (19,78%) e Florianópolis (20,29%).
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