O especialista defende que a educação formal deve incluir os indígenas e os negros como formadores do povo brasileiro, assim como os portugueses e demais europeus que por aqui desembarcaram. "O papel do indígena é do resistente, e não do preguiçoso, selvagem."
Ao se pintar com urucum tirado de bolsa de palha, deixou rostos surpresos na plateia mirim. E, no momento em que tirou da sacola o cocar de penas, provocou dúvidas nos estudantes. "É uma saia?", chegou a perguntar um deles. Alguns disseram que era para colocar na cabeça, mas poucos souberam dizer que se tratava de um cocar. "A lei que obriga as escolas a incluírem a história afro-brasileira e indígena na grade curricular (11.645/08) é um passo importante. Mas o que precisa é mudar a consciência."
Daniel acredita que é importante preservar a cultura de cada povo, mas entender que ela está viva e em movimento. "Se usamos roupas, computador, internet, celular, as pessoas acham que não somos mais indígenas. O que sou não muda, mas sim a forma como lido com o mundo."
Ao escolher a escrita como caminho para espalhar o conhecimento transmitido a ele de forma oral, Daniel acredita na literatura como instrumento pedagógico. "Não é apenas a escola que ajuda a formar a criança. Cantar, dançar, ler, tudo isso faz parte do processo de aprendizagem."
Ribeirão Pires recebe fórum sobre o tema
Ribeirão Pires sediará no dia 27, a partir das 14h, o 1º Fórum Nacional de História Indígena Arandú (Sabedoria Indígena, em tupi-guarani). O encontro será realizado no Castelo de Robson Miguel - Centro de Referências e Estudo da Cultura, Tradições, Literatura Indígena Brasileira e Medieval (Rua do Castelo, 310 - Quarta Divisão) e terá como tema central da discussão as trilhas indígenas do Peabirú. Interessados devem efetuar o pagamento da tava de manutenção no valor de R$ 10.
Estarão presentes memorialistas e historiadores que estudam a causa indígena na região e na Capital, tais como o museólogo e arquiteto Julio Abe; a diretora do Museu de Ribeirão Pires, Marlene Oliveira Spiandorelo; o presidente da Associação Pró-Memória da cidade, Américo Del Corto; e o historiador Arnaldo Boaventura, entre outros.
As mesas de debates, que se iniciam a partir das 14h40, abordarão temas como os povos indígenas ágrafos e suas nativas tecnologias da informação e localizações geográficas, a história de Padre Leonardo Nunes Abarebebé, João Ramalho, Bartira, Tibiriçá, Caiuby e Piqueroby e a história de Ribeirão Pires como sendo a possível antiga Vila de Santo André da Borda do Campo.
Cidades fazem programação para o Dia do Índio
Comemorado hoje em todo o Brasil, o Dia do Índio tem programação especial em Diadema e São Bernardo. A data comemorativa foi criada em 1943 pelo presidente Getúlio Vargas, por meio do decreto lei número 5.540.
O Jardim Botânico diademense realiza hoje, a partir das 19h, atividade de monitoria noturna e acampamento. A programação será baseada no dia do índio, com palestras de educação ambiental e sustentabilidade com resgate histórico da região.
A vivência em meio à natureza trará aos participantes a oportunidade de aprender sobre os hábitos de espécies noturnas do local. Após a monitoria, quem quiser pode montar as barracas para pernoitar na área verde.
São Bernardo realizou palestras ao longo da semana e faz no fim de semana visitas monitoradas para grupos de 40 pessoas às aldeias guarani tenondé porá Barragem, amanhã, e Krukutu, no domingo. O objetivo é conhecer um pouco mais da cultura desses povos que moram tão próximos à região.
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