quarta-feira, 8 de agosto de 2012

'Tirou o meu ar!', conta Juliana Paes sobre a cena da morte de Sinhazinha e Osmundo - Bastidores - Gabriela

Elenco de Gabriela repercute o momento em que Jesuíno assassina friamente a esposa e o amante na cama.


Jesuíno dispara contra os amantes na cama (Foto: Gabriela / TV Globo)Jesuíno dispara contra os amantes na cama (Foto: Gabriela / TV Globo)









O assassinato que prendeu o telespectador na poltrona diante de mais um capítulo deGabriela também deu o que falar nos bastidores da novela. O elenco estelar da trama repercutiu a cena da última terça-feira (7/08), em que Jesuíno mata friamente Sinhazinha(Maitê Proença) e Osmundo (Erik Marmo) na cama. “Eu fiquei muito emocionada, fiquei sem ar! Acho que todo mundo sentiu a mesma coisa”, conta Juliana Paes (Gabriela). Para a protagonista, a cena foi um convite para a reflexão: “Assim como nós achamos um absurdo o que acontecia nos anos 1920, há coisas de hoje que no futuro também vamos achar um absurdo. Então, traçar esses paralelos é o grande barato da novela. E pensar que aquele tipo de coisa continua acontecendo é motivo para parar e pensar”.
Já o intérprete de Jesuíno se deu conta de que os crimes passionais no Brasil são vistos com mais naturalidade do que se imagina. “Surpreendeu saber que ele (Jesuíno) ainda existe hoje, mas de um modo curioso. Ele reproduz a mesma situação dos anos 1920, mas é algo consensual. A mulher aceita o homem assim, e o homem se aceita assim. Li na internet o comentário de um homem dizendo que Jesuíno tinha mais é que matar porque foi traído”, conta José Wilker.
Para o ator, a índole do coronel é tão absurda que chega a ter um certo humor: “Eu, particularmente, tentei tratar o personagem encontrando nele um humor revelador da fragilidade desse cara. Só as pessoas muito fracas e inseguras daquilo que são tomam aquele tipo de atitude. Elas precisam ser grosseiras, agressivas e violentas para afirmar a própria masculinidade ou segurança”.
Reveja acima a cena em que Jesuíno tira a vida de Sinhazinha e Osmundo
Humberto Martins (Nacib) acredita que os assassinatos movidos pela traição e pelo ciúme não acontecem apenas nas zonas rurais do país. Segundo ele, tais crimes estão mais vivos nas grandes metrópoles. “Acho que isso ocorre em todos os lugares, inclusive, dentro das grandes cidades e em maior número. Aqui (no Rio de Janeiro) talvez não estejam sendo noticiados vários crimes que estão acontecendo neste exato momento”, diz. Humberto ainda ressalta as diferenças entre o seu personagem e Jesuíno: “O Nacib não iria reagir daquela forma. Ele tem na genética uma compreensão mais enraizada. O ato de Jesuíno faz parte da cultura do ódio e da violência”.
Sinhazinha é velada (Foto: Gabriela / TV Globo)Sinhazinha é velada (Foto: Gabriela / TV Globo)
Para Marco Pigossi, uma possível condenação de Jesuíno é um símbolo da mudança na sociedade da época. “O assassinato e a possível condenação de Jesuíno significam exatamente a queda dos coronéis e a queda daquele tipo de atitude social”, diz o intérprete de Juvenal. E Rodrigo Andrade, que dá vida a Berto, defende: “Hoje em dia ainda há casos de coronéis que fazem aquilo e não são condenados. Acho que a justiça deveria ser justa”.
Mateus Solano (Mundinho Falcão) comemora a importância da cena e defende a discussão em torno dela. “Um dos grandes baratos de se fazer uma obra na televisão é espelhar a sociedade. É interessante o público ver as pessoas de outro tempo vivendo coisas que a gente vive até hoje”, analisa. Amanda Richter (Iracema) concorda com Mateus: “Tudo vale uma boa conversa. Você realmente tem que saber o que você quer. Se você tá namorando não tem que ficar traindo a pessoa. Tem que haver respeito”.

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